Colômbia militariza fronteira com Venezuela para controlar trilhas
Bogotá, 25 mar (EFE).- La Parada, um bairro da cidade colombiana de Cúcuta e onde está localizada a principal passagem de fronteira com a Venezuela, foi militarizado nesta quarta-feira para tentar controlar o tráfego nas trilhas durante a quarentena decretada pelo governo para conter a propagação do novo coronavírus.
Milhares de pessoas chegam diariamente a essa área populosa, que rodeia o lado colombiano da Ponte Internacional Simon Bolívar. Embora a maioria deles faça escala continuar rumo a outro lugar, muitos permanecem e ficam em condições de superlotação que preocupam as autoridades.
Plano de segurança
Apesar de o governo ter fechado as fronteiras com a Venezuela desde o último dia 14, o exército enviou tropas para a área e implementou um plano de segurança para reduzir a entrada informal de dezenas de venezuelanos que ainda estão tentando chegar à Colômbia.
Além disso, os soldados do Grupo Maza da Trigésima Brigada permanecerão na região para controlar a população local para que cumpra a quarentena que a partir de hoje é obrigatória em todo o país como medida preventiva para controlar a disseminação do vírus SARS-CoV-2. Já existem 470 casos confirmados na Colômbia, com quatro mortes e oito pessoas curadas.
Em La Parada, onde as autoridades dizem que a ordem de isolamento tem sido cumprida até agora, a presença do Exército e da polícia tem sido constante desde o fim de semana, quando as autoridades locais estabeleceram uma quarentena.
Sem casos nas proximidades da ponte
Embora em Villa del Rosario, o município onde está localizada La Parada e que faz parte da região metropolitana de Cúcuta, o primeiro caso de coronavírus ainda não foi confirmado, as autoridades estão tomando as medidas adequadas para evitar a propagação da COVID-19 na área.
O prefeito de Villa del Rosario, Eugenio Rangel, visitou a região nesta quarta-feira para acompanhar a operação militar e verificar se as medidas tomadas por sua administração estão sendo cumpridas.
Com a operação militar, que foi combinada com o governo nacional, o prefeito espera enfrentar duas grandes crises que o município está passando: o combate ao vírus e o aumento da migração venezuelana.
A mídia local registrou a operação realizada todos os dias por um grupo de pessoas para orientar os migrantes ao longo das trilhas. São cobrados até 5 mil pesos colombianos (pouco mais de R$ 5) para ajudá-los a fugir dos postos de segurança na fronteira.
Por causa de seu isolamento, muitos deles, mesmo com bebês nos braços e sem comida, foram obrigados a voltar a pé para a Venezuela, uma circunstância extrema pela qual as autoridades militares permitem que passem para o seu país.
Apesar de os postos de fronteira com a Venezuela terem sido fechados há 12 dias, Rangel ainda está preocupado com a superlotação das casas da região, uma área por onde mais de 36 mil venezuelanos passam todos os dias há quase três anos.
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