Fake news sobre o RS tentam evitar que reação de Lula seja bem avaliada
A divulgação de desinformação sobre a tragédia no Rio Grande do Sul, que dificulta o atendimento às vítimas, é alimentada pela percepção inicial de que a reação do governo Lula sobre a tragédia vem sendo bem avaliada. Sim, um naco dos que se dizem patriotas bomba mentiras que afetam a vida de outros brasileiros simplesmente para não deixar que o seu adversário político seja visto como alguém que respondeu ao caos.
Entre as mentiras que circulam, bombadas até por deputados federais bolsonaristas, está a de que o governo não estaria deixando resgate e alimentos chegarem às vítimas. A informação criminosa pode levar as pessoas a desistirem de doar ao estado.
Dois pontos na nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta (8), chamam atenção nesse sentido.
A ajuda ao Rio Grande do Sul aparece como a segunda notícia positiva sobre o governo Lula mais vista, lida ou ouvida pelos brasileiros, somente atrás do Bolsa Família de R$ 600 com R$ 150 a mais por criança e empatada com a melhora na economia.
Além disso, a avaliação geral positiva do governo Lula na região Sul subiu de 25%, em fevereiro, para 34%, em maio, e a negativa ficou estável dentro da margem, oscilando de 42% para 41%.
Como avalia o diretor da Quaest, Felipe Nunes, ainda é cedo para cravar que isso é reflexo das ações de Lula. O presidente visitou o estado com seus ministros duas vezes desde a crescente catástrofe, deslocou as Forças Armadas e a Força Nacional para salvamentos e correu para disponibilizar recursos.
Mas, neste campo, percepções são importantes e grupos já sentiram que há a chance de a ação do governo federal ser bem avaliada. Ainda mais na comparação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que, diante das chuvas que mataram dezenas na Bahia no final de 2021, visitou rapidamente a região afetada e depois correu para se divertir com jet ski em Santa Catarina enquanto os baianos continuavam morrendo e debaixo d'água.
Enquanto servidores públicos e voluntários lutam uma guerra para resgatar famílias, encontrar corpos, reconstruir pontes e levar água e comida, uma parte da extrema direita está em outra guerra, a de narrativas, a fim de reduzir a importância do peso do poder público na resposta. Afinal, trata-se da região Sul, fortaleza de votos bolsonarista.
Essa batalha vai ser decisiva para a percepção final da população sobre o que, de fato, aconteceu. Ao que tudo indica, independente dos fatos.
Tal como aconteceu na pandemia de covid-19, esses guerreiros da mentira pouco se importam com quem vive ou quem morre. O que importa é destruir o inimigo.