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Irã enviará à França caixa-preta de avião ucraniano abatido em janeiro

Avião ucraniano caiu no Irã logo após decolar; governo iraniano anunciou que a caixa preta entregue à França nos próximos dias - Rohhollah Vadati/ ISNA / AFP
Avião ucraniano caiu no Irã logo após decolar; governo iraniano anunciou que a caixa preta entregue à França nos próximos dias Imagem: Rohhollah Vadati/ ISNA / AFP

22/06/2020 18h48

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, anunciou hoje que a caixa-preta do avião ucraniano abatido com um míssil, em janeiro, perto de Teerã, será finalmente entregue à França "nos próximos dias" para leitura.

Essa decisão ocorre após meses de incerteza, pois as autoridades iranianas tentaram inicialmente analisar a caixa-preta em seu território e, em seguida, não tendo meios de decifrá-la porque estava danificada, eram ambíguas quanto à sua entrega.

Zarif garantiu que a decisão de enviar para a França foi tomada "há algum tempo" e que será implementada "em breve", segundo comunicado da Chancelaria iraniana, que não especificou se o gravador de voz da cabine, a outra caixa-preta, também será entregue.

Isso foi relatado pelo chefe da diplomacia iraniana em uma conversa por telefone com o chanceler canadense, François-Philippe Champagne, cujo país perdeu 62 compatriotas no incidente e exigiu que o gravador de voo fosse entregue ao Canadá, Ucrânia ou França.

O voo 752 da companhia aérea Ukraine International Airlines (UIA) foi abatido no dia 8 de janeiro pelas forças armadas iranianas logo após o Boeing 737, com 176 ocupantes, decolar do aeroporto de Teerã com destino a Kiev.

O abate, que o Irã chamou de acidental, ocorreu depois que Teerã realizou um ataque com mísseis contra bases aéreas no Iraque que hospeda tropas americanas, em vingança pelo assassinato dias antes, em Bagdá, do general Qasem Soleimani em um bombardeio feito pelos Estados Unidos.

De acordo com a nota, Zarif também notificou o Canadá de que o Irã já havia informado a Ucrânia de sua disposição de abordar "questões legais e o procedimento de pagamento de indenização às famílias dos passageiros que morreram no trágico incidente".

Dos 176 ocupantes mortos, segundo dados da companhia aérea, 82 eram iranianos, 63 canadenses, 11 ucranianos (dois passageiros e nove tripulantes), dez suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos.