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México supera Reino Unido e se torna 3º país com mais mortes por covid-19

28.04.2020 - Policial vistoria fila em frente a hospital na Cidade do México - Pedro Pardo/AFP
28.04.2020 - Policial vistoria fila em frente a hospital na Cidade do México Imagem: Pedro Pardo/AFP

01/08/2020 05h37

O México chegou nesta sexta-feira (31) a 46.688 mortes por covid-19 e tornou-se o terceiro país com mais óbitos pela doença, ultrapassando o Reino Unido, segundo contagem da universidade Johns Hopkins tem 46.204.

Com isso, ainda de acordo com dados da instituição americana, o país fica atrás apenas de Estados Unidos (153.268) e Brasil (92.475).

As autoridades de saúde mexicanas relataram 688 mortes pela doença desde ontem, além de 8.458 contágios, o que o fez chegar a 424.637 casos de coronavírus desde o início da pandemia —é o sexto país em número de infecções em uma lista liderada por EUA (4.556.232), Brasil (2.662.485), Índia (1.638.827), Rússia (838.461) e África do Sul (493.183).

O mecanismo de rastreamento da doença no México causou controvérsia, porque o país é um dos membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que realiza menos testes diagnósticos.

As autoridades admitiram que há subnotificações de casos e mortes e, nesta sexta-feira, disseram que o número real de contágios é estimado em 466.948 (42.311 a mais do que o oficial), e o de mortes, em 48.615 (1.927 acima do oficial).

Entretanto, várias investigações de veículos de imprensa mexicanos, baseadas em atestados de óbito, indicam que o número de mortes em cidades como a capital, Cidade do México, pode ser o dobro ou o triplo da contagem do governo.

O subsecretário de Saúde Hugo López-Gatell, responsável pelo combate à pandemia, sempre reiterou ser "impossível" ter números exatos em uma pandemia e argumentou que a estratégia de saúde deveria ser concebida com base em outros dados, como a velocidade de transmissão do vírus.

Em uma declaração conjunta, 10 governadores de oposição ao governo do presidente Andres Manuel López Obrador pediram nesta sexta-feira a demissão de Lopez-Gatell por dar "informações contraditórias, confusas e incoerentes".

O uso de máscaras para impedir o contágio também gerou controvérsia no México, já que, apesar da recomendação das autoridades federais e estaduais, o próprio López Obrador se recusa a usá-la em público.

"Eu vou usar uma máscara. Sabem quando? Quando não houver mais corrupção", disse o presidente nesta sexta-feira em resposta às críticas da oposição.

O México, que registrou seu primeiro caso em 28 de fevereiro, fechou as atividades econômicas consideradas não essenciais durante abril e maio como diversos outros países, e em junho iniciou uma lenta reabertura, apesar de a curva de contágios não ter sido achatada.

A pandemia afundou o PIB do México em 18,9% no segundo trimestre, uma queda histórica que afeta uma economia que já vinha encolhendo há mais de um ano.