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Mais de 70 profissionais da saúde fazem greve em Mianmar após golpe de Estado

Myanmar: médicos e enfermeiros de 70 hospitais fazem greve - Reuters / Stringer
Myanmar: médicos e enfermeiros de 70 hospitais fazem greve Imagem: Reuters / Stringer

03/02/2021 15h50

Rangun (Mianmar), 3 fev (EFE).- Profissionais da saúde em mais de 70 hospitais e centros médicos de Mianmar aderiram ao apelo à desobediência civil nesta quarta-feira, que pedia a paralisação em protesto contra o golpe de Estado realizado pelos militares, informaram os organizadores.

Especialistas, enfermeiros, dentistas, médicos e outros profissionais de saúde de 74 hospitais em mais de 30 cidades aderiram hoje à paralisação em uma das primeiras mobilizações após o golpe militar da última segunda, de acordo com lista publicada na página do Facebook do Movimento pela Desobediência Civil.

A convocatória foi lançada na véspera por um grupo de médicos da cidade de Mandalay, no norte do país, com o propósito de não trabalhar para um "governo golpista".

"Vamos protestar pacificamente com uma campanha de desobediência civil a partir de 3 de fevereiro e apelamos a outros colegas médicos para se juntarem ao protesto contra o governo", dizia a chamada on-line assinada por profissionais de saúde de um hospital infantil da cidade de Mianmar.

O Movimento de Desobediência Civil foi lançado pelo grupo ativista Yangon Youth Network, um dos maiores do país "como uma resposta imediata" ao golpe.

A greve dos profissionais da saúde ocorre depois da realização, na noite de terça em Rangun, maior cidade do país, em protesto contra a revolta militar, que tomou o poder depois de prender parte do governo, incluindo a líder de Mianmar e vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.

Os cidadãos tocaram buzinas e foram para as janelas com panelas e frigideiras em protesto ao golpe, enquanto muitos gritavam: "Vida longa à mãe Aung San Suu Kyi."

Em resposta, o Ministério da Informação divulgou um comunicado alertando aos meios de comunicação e aos cidadãos para não espalhar "boatos nas redes sociais" ou "incitar motins".

"Apelamos ao povo para que não realizem essas ações e pedimos ao público que coopere de acordo com as leis e com o governo", dizia o texto.

O partido de Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND), exigiu ontem que o Exército liberasse imediatamente todos os detidos durante o golpe e respeitasse o resultado das eleições gerais realizadas em novembro do ano passado, nas quais a legenda ficou com 83% das cadeiras em disputa.