Rússia pede que Estados Unidos acabem com bloqueio a Cuba
A Rússia pediu hoje que os Estados Unidos suspendam o bloqueio a Cuba, medida que serviria para pôr fim às manifestações em massa que abalaram a ilha desde o último domingo.
"Se Washington está realmente preocupado com a situação humanitária em Cuba e quer ajudar os cubanos simples, deve começar revogando o bloqueio, que foi rejeitado desde o início por toda a comunidade internacional", disse a diplomacia russa em um comunicado.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, pediu a Washington que "assuma posições objetivas, ponha fim à hipocrisia e às políticas ambíguas".
Ela também exigiu que "permitam aos cubanos, seu governo e seu povo que resolvam seus problemas e decidam seu destino".
Maria Zakharova destacou que a única coisa que os Estados Unidos e seus apoiadores devem fazer é "não se intrometer nos assuntos de um Estado soberano".
No último domingo, milhares de cubanos saíram às ruas em várias cidades do país para protestar contra o governo gritando "liberdade!", em um dia sem precedentes que resultou em centenas de prisões e confrontos após o presidente Miguel Díaz-Canel ordenar a presença de seus apoiadores nas ruas para confrontar os manifestantes.
Este é o maior protesto contra governamental registrado em Cuba desde o chamado "Maleconazo", quando, em agosto de 1994, em plena crise econômica do chamado "Período Especial", centenas de pessoas saíram às ruas de Havana.
A porta-voz da Chancelaria russa criticou as declarações oficiais da Casa Branca a respeito da situação na ilha, que responsabilizam o governo cubano pela instabilidade no país.
"O cinismo especial de Washington reside no fato de, ao longo da existência da Cuba revolucionária, ter realizado uma estratégia de estrangulamento do país, discriminando seu povo e destruindo sua economia", denunciou.
A diplomata russa lembrou que o embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba se intensificou com restrições como a lei extraterritorial Helms-Burton (Lei da Liberdade Cubana e da Solidariedade Democrática) que criminaliza o comércio da ilha com empresas de países terceiros.
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