Topo

Esse conteúdo é antigo

Aumenta o fluxo de migrantes brasileiros no norte do México

19 fev. 2021 - Migrantes fazem fila na fronteira entre Tijuana e San Diego para buscar asilo nos EUA - JORGE DUENES/REUTERS
19 fev. 2021 - Migrantes fazem fila na fronteira entre Tijuana e San Diego para buscar asilo nos EUA Imagem: JORGE DUENES/REUTERS

Da EFE

12/11/2021 03h10Atualizada em 12/11/2021 08h23

Migrantes provenientes de Brasil e Venezuela têm chegado em grandes grupos nos últimos dias a Tijuana, no norte do México, algumas pretendendo se dispersar por outros trechos de fronteira com os Estados Unidos, e outras com o objetivo de ficar no próprio município, vizinho de San Diego, no estado americano da Califórnia.

Apenas nesta quinta-feira, 150 pessoas, entre brasileiros e venezuelanos, foram enviadas por autoridades mexicanas a um albergue, onde permaneceram por cerca de duas horas e então partiram.

Segundo o líder e fundador do albergue, José María García, os diretores do Sistema Nacional para o Desenvolvimento Integral das Famílias (DIF) do estado mexicano da Baixa Califórnia lhe pediram para fazer de suas instalações um ponto de referência para as pessoas em trânsito.

Foi assim que o grupo de migrantes chegou de repente. Mulheres, homens e crianças ficaram no local apenas para conseguir uma refeição e um breve descanso, e então começaram a pedir táxis por conta própria.

"Essas 150 pessoas chegaram e logo saíram em vários táxis que elas mesmas pediram para circular pela cidade, e contaram que iriam se hospedar em alguns hotéis e apartamentos que haviam reservado", afirmou García.

Ele também disse que, na noite de quarta-feira, 45 brasileiros chegaram ao mesmo albergue e se alimentaram, para então partirem para outros locais.

García contou que não conseguiu entendê-los por causa da diferença de idioma, mas, quando conversou com um grupo de venezuelanos, eles lhe disseram que pretendiam ir para as cidades de Tecate e Mexicali, que também ficam na fronteira com os EUA, enquanto outros queriam ficar em Tijuana.

"A comunidade (de migrantes) não quer ficar nos albergues. Eles estão se estabelecendo na cidade (de Tijuana). A razão pela qual estão aqui não sabemos, já que não conseguimos conversar com ninguém", disse ele à Efe.

Há cinco dias, a Guarda Nacional e o Instituto Nacional de Migrações pararam um caminhão de uma transportadora no qual se escondiam 75 migrantes, sendo 58 do Brasil, 16 da Venezuela e um de Portugal.

Os migrantes foram entregues às autoridades e, segundo relatos, estavam a caminho de um albergue em Playas de Tijuana.

A região vivencia uma onda migratória sem precedentes desde o início do ano, com um histórico de 147 mil migrantes ilegais detectados no México de janeiro a agosto — o triplo do número registrado em 2020. Além disso, houve um recorde de 212 mil migrantes apreendidos somente em julho pelo Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP). EFE