Rússia nega planos de invasão e que enviou 100 mil soldados a fronteira
Em discurso no Conselho de Segurança da ONU, o embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, negou nesta segunda-feira que seu país pretende invadir a Ucrânia e que tenha destacado 100 mil soldados perto da fronteira.
"Não há nenhuma invasão planejada, ninguém disse isso, muito pelo contrário", afirmou, além de acrescentar que por trás dessas informações, amplamente divulgadas pelo próprio governo ucraniano e pelos países ocidentais, está "um engano da opinião pública" com o objetivo de "lavar o cérebro dos ucranianos e impregná-los de russofobia".
O embaixador enfatizou que o envio de tropas russas "em território russo" era inteiramente legal, mas negou que o efetivo fosse de 100 mil militares.
"Nunca confirmamos que temos 100 mil soldados, de onde veio esse número?", questionou.
Nebenzya também rebateu o que chamou de "hipocrisia" dos Estados Unidos, alegando que enquanto acusa a Rússia de enviar tropas para perto da Ucrânia, tem 700 bases e 165 mil militares destacados em diversos países, 60 mil deles em solo europeu, além de um orçamento militar 12 vezes maior do que o russo.
"Isso é uma ameaça à paz e à segurança", enfatizou, além de classificar como "histeria" coletiva o posicionamento dos Estados Unidos e seus aliados diante dos movimentos das tropas russas.
"Parecem estar pedindo a guerra e esperando que ela aconteça", acrescentou.
Segundo o representante russo, os países ocidentais apoiaram "um golpe de Estado em 2014" na Ucrânia, "que levou ao poder fascistas e nazistas russófobos". Ele afirmou, ainda, que "ucranianos estão sendo submetidos a lavagem cerebral, sendo impregnados de russofobia e ouvindo que devem entrar na União Europeia e na Otan a todo custo, além de abandonar o russo, que é a língua materna de muitos cidadãos".
O embaixador não esperou pelo final da reunião do Conselho e, alegando outro compromisso, levantou-se de sua cadeira e saiu da sala antes do final do debate, que terminou sem que nenhum documento fosse assinado. EFE
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