Trump dá bênção à carnificina de Israel em Gaza e vê seu resort mais perto
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O governo Benjamin Netanyahu bombardeou a Faixa de Gaza, nesta terça, matando mais de 400 pessoas e deixando centenas de feridos. Com isso, o cessar-fogo na região foi para o vinagre, voltando a zero o valor da vida dos civis palestinos e dos reféns israelenses sequestrados pelo Hamas. O governo dos EUA foi comunicado previamente e disse que apoia a ação. Ou seja, Donald Trump poderia ter bloqueado a insanidade, mas deu sua bênção para o mais novo capítulo de uma tentativa de genocídio que já ultrapassa 48,5 mil mortos em Gaza.
Tanto para o Hamas, que matou mais de 1.100 pessoas em Israel no ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, quanto para o governo Netanyahu, que pôs Gaza abaixo como retaliação, a continuidade do conflito é positiva porque garante que se mantenham no poder. Hamas deve ser apeado em uma situação de paz, Netanyahu pode ser condenado e preso por corrupção pela Justiça quando o conflito terminar. Os dois lados esticaram a corda nas últimas semanas.
Dito isso, é impossível imputar a mesma responsabilidade por estas mortes a ambos. Mais de 400 mortos entram direto na conta de Israel, que volta a caminhar veloz para o genocídio, renovando sua sociedade com os Estados Unidos — seu grande fornecedor de armas, de informações de inteligência, de suporte geopolítico. Se, por um lado, o Hamas aproveitou o tempo de pausa para se organizar, do outro, as Forças de Defesa de Israel descansaram tropas, receberam equipamentos e se reorganizaram. Estão prontos para terminar o serviço — que, repito, não é salvar os reféns.
Os ultraconservadores israelenses vão apoiar Netanyahu no parlamento até que ele complete a limpeza étnica em Gaza, expulsando os palestinos para o Egito e a Jordânia. Já os familiares de quem tem parentes nas mãos do Hamas assistem a tudo isso aterrorizados, sabendo que a volta da guerra torna mais difícil reverem seus entes queridos.
"As portas do inferno se abrirão" sobre quem ataque Israel, disse hoje a Casa Branca. Mas elas já foram abertas, quase 50 mil mortos atrás.
A única certeza neste momento é que o massacre de Israel deixa Trump mais perto de erguer o seu prometido resort sobre os escombros e os cadáveres de Gaza.