Jamil Chade

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Reportagem

'As portas do inferno se abrirão': Trump anuncia apoio ao ataque de Israel

O governo de Donald Trump anunciou no Conselho de Segurança que apoia os ataques de Israel contra Gaza e insiste que, para que volte a existir uma negociação, o Hamas precisa liberar todos os 59 reféns mantidos pelo grupo palestino. A Casa Branca sinalizou que deu seu aval aos ataques que fizeram pelo menos 400 mortos e que irá "apoiar" os próximos passos que Israel optar tomar.

Numa declaração feita na ONU, a delegação americana foi explícita: "A culpa é do Hamas". "O grupo terrorista se recusou a aceitar as propostas de negociação, inclusive para que amplie um cessar-fogo para que haja um acordo permanente", afirmou a diplomacia americana.

Segundo a Casa Branca, o Hamas "preferiu se esconder atrás da população". "Serão as pessoas de Gaza que sofrerão", alertou.

O governo Trump, porém, rebateu as acusações de que os ataques nas últimas horas tenham sido "indiscriminados". "São os membros do Hamas que usam a população com escudo", disse.

"O presidente Trump deixou claro que o Hamas deve liberar todos os reféns ou pagarão um preço alto", disse. "Apoiamos Israel em seus próximos passos e todos os reféns precisam ser liberados imediatamente", insistiu.

A diplomacia americana ainda fez um alerta aos países da região para que rompam com o Irã e "optem por uma nova realidade no Oriente Médio".

Horas antes, a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Claire Leavitt, afirmou que "Israel consultou o governo Trump e a Casa Branca antes dos ataques a Gaza".

"Como o presidente Trump deixou claro, o Hamas, os houthis, o Irã e qualquer um que busque aterrorizar — não apenas Israel, mas os Estados Unidos — pagarão um preço alto. As portas do inferno se abrirão", insistiu.

Segundo o jornal The Wall Street Journal, Trump deu "luz verde" a Israel para realizar a operação militar. A decisão teria sido tomada depois que o Hamas se recusou a libertar mais reféns.

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Trump vinha alertando que poderia suspender o acordo de cessar-fogo e, em diversos momentos, ameaçou o Hamas e seus aliados.

A atitude do americano foi considerada na ONU como um obstáculo à paz, com alertas de que a Casa Branca estava permitindo que Israel realizasse uma ofensiva e exige uma capitulação dos palestinos nas negociações.

Potências criticam Israel

A atitude de Israel, chancelada pelos EUA, foi alvo de críticas por parte dos demais membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A Rússia, por exemplo, condenou os ataques.

"Moscou lamenta profundamente a retomada da operação militar de Israel na Faixa de Gaza", diz o Ministério das Relações Exteriores da Rússia. "A Rússia condena veementemente qualquer ação que leve à morte de civis e à destruição da infraestrutura social."

O governo da França adotou o mesmo tom e alertou para as "inúmeras vítimas civis". Paris pede que Israel proteja os civis e pare de impedir que a ajuda humanitária, a água e a eletricidade cheguem à Faixa de Gaza. O governo de Emmanuel Macron também pede a libertação incondicional de todos os reféns mantidos em Gaza.

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Já o governo britânico pede a Israel e ao Hamas que implementem seu acordo de cessar-fogo para Gaza "na íntegra", instando todas as partes a "retornarem urgentemente ao diálogo" para pôr fim aos combates.

"Queremos que esse acordo de cessar-fogo seja restabelecido o mais rápido possível", disse o porta-voz do primeiro-ministro Keir Starmer, acrescentando que as mortes de civis relatadas pelos ataques israelenses durante a noite são 'terríveis'.

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