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Otan pede acordo entre aliados para defender Ucrânia de 'armas químicas, biológicas, radiológicas e nucleares'

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, durante entrevista coletiva na véspera de uma cúpula da Otan - Gonzalo Fuentes/Reuters
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, durante entrevista coletiva na véspera de uma cúpula da Otan Imagem: Gonzalo Fuentes/Reuters

23/03/2022 21h19Atualizada em 23/03/2022 21h30

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou nesta quarta-feira (23), em cúpula de líderes dos pais que integram a aliança, que espera um acordo para garantir apoio à Ucrânia, diante de "ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares".

"Amanhã, espero que os aliados concordem em oferecer apoio adicional, incluindo assistência para cibersegurança, assim como equipamento para ajudar a Ucrânia a se proteger contra ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares", disse o político norueguês, em entrevista coletiva.

Stoltenberg não quis dar detalhes sobre o tipo de equipamento que os membros da Otan poderiam oferecer à Kiev para a defesa neste tipo de cenário, mas garantiu que a aliança está preocupada pela possibilidade de uso destes tipos de armas.

"Também vemos, não só a retórica nuclear do lado russo, mas também afirmações falsas de que a Ucrânia, apoiada por aliados da Otan, está produzindo e se preparando para o uso de armas químicas. Isso é uma acusação absolutamente falsa", garantiu.

O secretário-geral reconheceu que as declarações de Moscou podem ser apenas uma forma de criar "um pretexto" para o uso de armas químicas pela Rússia contra a Ucrânia.

Stoltenberg relembrou que o Kremlin já utilizou agentes químicos contra opositores e também no território da Otan, como no ataque ao ex-espião russo Sergey Skripal e a filha dele, na cidade de Salisbury, no Reino Unido, em 2018.

"A Rússia foi parte do uso de armas químicas na Síria. Sustentou e apoiou o regime de Bashar al-Assad, que usou armas químicas várias vezes. Assim, estamos preocupados, e essa também é a razão pela qual estamos preparados e tentaremos amanhã modos de oferecer apoio à Ucrânia para se proteger", explicou.

Além disso, Stoltenberg destacou que o eventual uso de armas químicas na Ucrânia, além de "extremamente grave" para a população local, também pode afetar países aliados da Otan.

"A contaminação, a propagação de agentes químicos ou biológicos usado na Ucrânia pode ter consequências diretas para a população que vive nos países aliados da Otan na Europa", afirmou.

"Seria uma violação flagrante do Direito Internacional", completou.

Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que existe possibilidade de a Rússia utilizar armas químicas na Ucrânia, minutos antes de embarcar no avião para viajar em direção à Bruxelas, onde participará de reuniões com líderes aliados.

"Acredito que há uma ameaça real", disse o chefe de governo, que, na capital da Bélgica, estará em reuniões de emergência da Otan, do G7 e do Conselho da Europa.