Stoltenberg: "Cabe à Ucrânia decidir qual acordo de paz aceitar"
Bruxelas, 24 jun (EFE).- O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse nesta sexta-feira que "cabe à Ucrânia decidir qual tipo de acordo de paz, e em que termos, quer aceitar" com a Rússia.
Em entrevista à Agência Efe por ocasião da cúpula da Otan a ser realizada em Madri de terça a quinta-feira da próxima semana, Stoltenberg afirmou que "o papel da Otan é apoiar a Ucrânia".
"Temos a responsabilidade moral e política de apoiar (o país) e de defender seu direito à autodefesa para proteger seu território e sua soberania", declarou, em relação à invasão russa.
Stoltenberg disse que "a maioria das guerras - e muito provavelmente esta também - termina em uma mesa de negociações, mas também sabemos que o que acontece na mesa de negociações está muito ligado à situação no campo de batalha".
Portanto, ele enfatizou que "cabe à Ucrânia decidir qual tipo de acordo de paz, e em que termos, quer aceitar".
"Quando apoiamos (a Ucrânia) com armas, com equipamentos militares, também fortalecemos sua posição na mesa de negociações", enfatizou.
"Não é para mim, não é para a Otan, não é para cada membro da Otan decidir que tipo de compromissos a Ucrânia pode ou não pode assumir. Isso é com a Ucrânia, com o povo da Ucrânia. Nossa responsabilidade é ajudá-los, fortalecer o máximo possível sua posição na defesa de seu próprio país e de sua própria soberania", acrescentou.
Para Stoltenberg, "cada nação tem o direito de escolher seu próprio caminho". Ele chamou de "inaceitável" a atitude da Rússia não apenas de impedir a Ucrânia de aderir à Otan a todo custo, mas também de rejeitar diretamente qualquer ampliação da aliança militar para o leste e a exigir a retirada de suas tropas e infraestruturas de lá.
Esta abordagem é "inaceitável, porque viola os princípios consagrados na Ata Final (da Conferência para Segurança e Cooperação) de Helsinque e muitos outros documentos que a Rússia também assinou" e que se resumem ao princípio de que "cada nação tem o direito de escolher seu próprio caminho, incluindo o tipo de acordos ou alianças de segurança que deseja fazer parte, e é isso que o presidente (russo, Vladimir) Putin não aceita e por que ele usou a força contra a Ucrânia", destacou.
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