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OPINIÃO

Por que é tão importante saber quem mandou matar Marielle?

Homenagem a Marielle Franco na Rua Cardeal Arcoverde em SP - Marcelo D. Sants/Framephoto
Homenagem a Marielle Franco na Rua Cardeal Arcoverde em SP Imagem: Marcelo D. Sants/Framephoto

Simone Freire, do Núcleo de Diversidade do UOL

14/03/2023 11h43

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A pergunta central todo mundo já sabe ou deveria saber: "quem mandou matar Marielle Franco?". São cinco anos de idas e vindas de uma investigação que não consegue dar nome(s) ou CPF(s) de quem de fato está por trás do crime que tirou a vida da ex-vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.

Isso nos leva a um questionamento básico, porém essencial: por que é tão importante saber quem mandou matá-la? De imediato se pensa na resposta mais óbvia: é uma forma de justiça e, talvez, de acalentar a perda de Luyara, sua filha; Anielle, sua irmã; Marinete e Antônio, seus pais, além de Agatha Arnaus e Arthur, viúva e filho de Anderson.

Diante do alto número de assassinatos e violências contra mulheres negras, ter uma resposta eficiente sobre a morte de Marielle nos abre caminhos para mudanças políticas, inclusive no âmbito policial. Se deixarmos sua morte impune, sem um desfecho que de fato nos diga o seu ponto de origem, como vamos garantir às milhões de mulheres negras deste país que elas estão seguras? Que não terão desfechos como o de Luana Barbosa ou Cláudia Ferreira da Silva?

Como vamos garantir que mulheres, principalmente negras, possam se candidatar se não há segurança para legislar?

Responder quem mandou matar Marielle também pode ser uma resposta de futuro para cada mulher negra deste país.

:::Leia mais:::

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PARA SE INSPIRAR... O projeto "Mães da Saudade", idealizado por Elisângela Maranhão, venceu o prêmio Ecoa na categoria "Iniciativas que Inspiram". O projeto contribui com o enfrentamento à violência urbana a partir de doação de alimentos, ajuda psicológica e conscientização social para mães em luto. [Assista]

PRIMEIRO PASSO... A advogada negra Vera Lúcia está na lista de possíveis candidatos à vaga de Ricardo Lewandowski no STF. Sua indicação é apoiada pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e de entidades do movimento negro.

RACISMO... Uma professora do ensino médio em Ceilândia (DF) recebeu de um aluno uma esponja de aço como um "presente" pelo Dia da Mulher, em 8 de março. Uma investigação deve ser conduzida pela Delegacia da Criança e do Adolescente de Taguatinga.

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DANDO A LETRA

Para a periferia, depressão é uma coisa meio distante. O pobre não tem tempo, porque alguém tem que fazer algo para que aquela casa ande para frente.
Karol Conká, rapper

Karol Conká - Bruna Bento/UOL - Bruna Bento/UOL
Karol Conká
Imagem: Bruna Bento/UOL

Convidada do Desculpa Alguma Coisa, videocast de Tati Bernardi, em Universa, Karol Conká conta que sua primeira depressão foi aos 14 anos, depois de perder o pai. Em um papo leve, a rapper fala sobre os desafios para recuperar a saúde mental.

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A HISTÓRIA DA HISTÓRIA

Abdias do Nascimento - Arte/UOL - Arte/UOL
Abdias do Nascimento
Imagem: Arte/UOL

109 anos nascia Abdias do Nascimento, que foi poeta, professor, artista plástico, dramaturgo, economista, deputado federal, senador e militante. Abdias também foi o fundador do TEN (Teatro Experimental do Negro), que abriu caminhos para pessoas negras nas artes cênicas brasileiras.

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DANDO A LETRA

Fabiana Moraes | Notícias | Quer que eu desenhe? Quer que desenhe? Dados para o STF entender o racismo na abordagem policial

Eduardo de Carvalho | Ecoa | Eu, homem negro e o 8 de março

Fernanda Oliveira | Notícias | Turbante e cocar: Dia da Mulher para quem? Dia da Mulher para quê?

Elânia Francisca | VivaBem | Seu filho já acessou conteúdo misógino: não é uma pergunta, é uma certeza

Cris Guterres | Universa | Mulheres, vocês precisam parar de pedir desculpa o tempo todo