Topo

Renan defende maior espaço para PSDB no governo para evitar racha entre tucanos

29/11/2016 18h23

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu nesta terça-feira que o PSDB tenha maior participação no governo do presidente Michel Temer como forma de evitar uma divisão entre os tucanos que leve apenas parte do partido a apoiar o Palácio do Planalto.

Renan foi questionado por jornalistas se um nome do PSDB poderia assumir a Secretaria de Governo, órgão responsável pela articulação política do Executivo, e respondeu defendendo que o partido pode assumir qualquer posto dentro do governo Temer.

"Acho que nós não podemos apequenar essa discussão da formação do governo. Claro que isso vai depender do presidente Michel Temer, mas eu defendi hoje ampliar a moldura do PSDB no governo", disse Renan aos jornalistas.

"Com isso, nós vamos ter mais condições para cuidar do ajuste e para priorizar uma pauta que seja eficaz na retomada do crescimento da economia", acrescentou.

Atualmente, nomes do PSDB ocupam os Ministérios da Justiça, das Cidades e das Relações Exteriores. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) também é o líder de Temer no Senado.

Renan afirmou que o PSDB tem um "papel estratégico" e disse que é importante que todo o conjunto do partido esteja ao lado do governo Temer.

"É para evitar que o PSDB se divida. É importante trazer o PSDB como um todo. Nós temos um momento de travessia econômica, nós temos um momento de muita dificuldade econômica, mais do que política, que são muitas. E é importante o papel estratégico do PSDB. É importante que todos saibam disso", disse Renan.

Na semana passada, Temer se reuniu com lideranças tucanas, entre elas o presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Nos bastidores do partido, Aécio e Alckmin disputam a posição de candidato tucano à Presidência em 2018. O senador foi derrotado por Dilma Rousseff em 2014, na disputa presidencial mais acirrada desde a redemocratização e comanda a máquina partidária. O governador, por sua vez, saiu fortalecido das eleições municipais deste ano, quando seu afilhado político João Doria se elegeu ainda no primeiro turno prefeito de São Paulo.

(Por Marcela Ayres, com reportagem adicional de Eduardo Simões, em São Paulo)