Homens armados destroem caminhões de madeira por disputa de terras no Chile
SANTIAGO (Reuters) - Um grupo de homens armados dizendo representar o povo indígena mapuche sequestrou e incendiou 29 caminhões de transporte de madeira no sul do Chile na manhã desta segunda-feira, em um agravamento de um conflito de anos com empresas florestais.
O governo convocou uma reunião de emergência sobre o assunto, menos de duas semanas depois de um ataque semelhante em que 18 caminhões foram queimados.
Não ficou claro até que ponto os ataques têm o apoio das comunidades mapuche como um todo. Muitos líderes mapuche duvidam que todos os ataques do tipo tenham sido realizados por indígenas, dizendo que grupos não indígenas com uma agenda política radical podem estar envolvidos.
Os caminhões pertencem à Sotraser, uma empresa terceirizada que presta serviços principalmente às companhias florestais chilenas CMPC e Arauco .
De acordo com autoridades locais, ao menos duas pessoas foram responsáveis pelo incêndio criminoso, mas a mídia local noticiou que até sete pessoas tiveram envolvimento.
"Combateremos a violência e não permitiremos que quaisquer grupos minoritários, que não valorizam o diálogo, arruínem o grande esforço que todos os participantes regionais do sul estão fazendo para promover o desenvolvimento e superar a exclusão", disse a presidente chilena, Michelle Bachelet, em comentários televisionados.
Cerca de 600 mil mapuche vivem no Chile, concentrados em Araucania e Bio Bio, duas províncias de colina prósperas situadas cerca de 640 quilômetros ao sul da capital Santiago.
Desde que o Exército do Chile invadiu territórios dos mapuche em uma campanha brutal no final dos anos 1800, as relações com o Estado têm sido turbulentas.
O conflito se acelerou em anos recentes porque grupos armados incendiaram casas, igrejas, caminhões e plantações de floresta, e também se disseminou geograficamente. O ataque desta segunda-feira aconteceu na região de Los Rios, ao sul da zona de conflito tradicional.
O confronto está afetando a indústria madeireira chilena, o segundo maior setor de exportação da nação, só atrás da mineração.
(Por Gram Slattery)
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