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Bolsonaro diz que não enviará nada ao Congresso sem conversa prévia e defende projeto contra MST

Bolsonaro disse que, se eleito, pretende apresentar um pacote de medidas - Gabriel Sabóia/UOL
Bolsonaro disse que, se eleito, pretende apresentar um pacote de medidas Imagem: Gabriel Sabóia/UOL

Maria Carolina Marcello

Em Brasília

21/10/2018 15h01

O candidato ao Planalto pelo PSL, Jair Bolsonaro, afirmou neste domingo (21) que, se eleito, não encaminhará nenhuma proposta ao Congresso Nacional sem antes debater com seus integrantes e citou como uma das primeiras medidas um projeto para tipificar atos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) como terrorismo.

Segundo o presidenciável, deputado federal em seu sétimo mandato, a ideia é apresentar um pacote de medidas já no início do governo, 90% delas dependentes de aprovação do Legislativo.

"Não vamos apresentar nada sem conversar com os parlamentares. Pretendo ter a certeza que essas propostas serão aprovadas de forma racional por parte do Parlamento", afirmou o candidato, em entrevista à TV Band divulgada em vídeo de sua equipe em seu perfil do Twitter.

"Não queremos a política adotada pelo PT, como tentou comprar (apoio) no passado, e comprou, né? Durante o primeiro governo Lula, através do mensalão."

Segundo ele, um dos primeiros setores a ser beneficiado pelas medidas seria o da agropecuária, com projetos que garantam segurança jurídica ao produtor, e o respeito à propriedade privada, tanto urbana quanto rural, "sagrada", nas palavras do candidato.

"Queremos tipificar as ações do MST e do MTST como terrorismo", afirmou.

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Bolsonaro disse ainda que há outras medidas a serem apresentadas que não serão "traumáticas", na sua opinião.

O candidato aproveitou para confirmar que sua equipe estuda um programa de desoneração da folha de pagamento mais amplo do que o executado pela ex-presidente Dilma Rousseff.

"Está estudado, tem estudo, sim. Até porque não queremos fazer como governos anteriores, em que apenas setores que interessavam, a gente chama de amigo do rei, foram contemplados com isso", disse Bolsonaro. "Eu acho que a desoneração tem que atingir, de forma positiva, todo o setor produtivo brasileiro."

O candidato do PSL negou, no entanto, que tenha recuado da ideia de fundir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente em uma única pasta, a ser comandada por nome indicado pelo setor produtivo, levando em conta os parlamentares ligados ao tema.

"Até o momento está garantida essa fusão. Eu tenho dito, inclusive, que o ministro desse superministério será indicado pelo setor produtivo. Logicamente, a bancada do agronegócio, e que trata também da agricultura familiar, terá seu peso nessa indicação."

Sobre a reforma que pretende promover na máquina pública, adiantou que pretende cortar pelo menos metade dos cargos comissionados atuais. "Achamos que o número é exagerado para as necessidades do Brasil", concluiu.