Medidas de Temer darão "saudade" perto do que Guedes quer fazer, diz Haddad

Nathan Lopes

Do UOL, em São Luís

  • Divulgação/Ricardo Stuckert

    Haddad e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em ato de campanha em São Luís

    Haddad e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em ato de campanha em São Luís

O candidato do PT a presidente, Fernando Haddad, voltou a criticar o guru econômico de seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), neste domingo (21). Para o petista, as propostas do economista Paulo Guedes para a área econômica vão fazer os brasileiros sentirem saudade das medidas econômicas tomadas pelo atual governo, de Michel Temer (MDB).

"Certamente, quem conhece o Paulo Guedes sabe que é um Temer piorado. Eu o conheço o suficiente para saber que as medidas antissociais e antinacionais que o Temer tomou vão dar saudade perto do que o Paulo Guedes pensa poder fazer no Brasil", disse Haddad em pronunciamento à imprensa em São Luís, onde realizou ato na periferia da capital maranhense.

Guedes tem sido o fiador da candidatura de Bolsonaro junto a representantes do mercado e foi anunciado pelo candidato como seu futuro ministro da Fazenda, em caso de vitória. Entre as medidas defendidas por Guedes, estão a redução do tamanho do Estado, com a venda de estatais deficitárias, e a aprovação de reformas, como a dos impostos.

O petista considera as propostas do adversário "muito radicais". "É o neoliberalismo à enésima potência. Traria grandes prejuízos para o Brasil", avalia.

A crítica de Haddad veio após ser questionado se reformularia as propostas de reformas do atual presidente. "Ao contrário do meu adversário, nós não temos compromisso com nenhuma das reformas do Temer."

Os filhos de Bolsonaro também foram alvo do petista. "Esse pessoal é uma milícia. Não é um candidato a presidente, é um chefe de milícia. Os filhos dele são milicianos, são capangas, gente de quinta categoria", disse, sendo aplaudido por seus apoiadores.

O presidenciável fez referência a fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em vídeo gravado antes do primeiro turno das eleições e que circula pela internet, dizendo que para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) bastaria um soldado e um cabo.

"E as pessoas não estão atentas porque acham que vão tutelá-lo", complementou Haddad. "Depois que você deu o poder para quem anda armado, você não tira mais. Uma coisa é a polícia, outra é o presidente da República e o seu grupo de milicianos, que inclui a família dele. Ele é o chefe de uma milícia. Depois não se controla esse tipo de violência. Só não está com medo que está anestesiado."

Neste domingo, o candidato Jair Bolsonaro rebateu as críticas motivadas pela divulgação do vídeo com o filho Eduardo. "Não existem críticas ao STF. Alguém tirou de contexto. Se alguém acredita nisso, precisa procurar um psiquiatra. Duvido que ele tenha dito isso. Desconheço o vídeo", respondeu Bolsonaro.

Eduardo Bolsonaro, por sua vez, não comentou.

Promessas

Na agenda na periferia de São Luís, Haddad prometeu fixar teto de R$ 49 para o preço do gás de cozinha em todo o país e ainda anunciou que, em um eventual governo seu, o programa de transferência de renda Bolsa Família será reajustado em 20%.

Sobre o tabelamento do preço do gás, o petista disse que os custos serão "irrelevantes para a Petrobras". "O gás responde por 4% do faturamento da Petrobras, uma coisa pequena."

"Ninguém estará querendo tratar a Petrobras como uma empresa que não deva satisfações para seus acionistas. Mas o poder de monopólio que ela tem tem que ser considerado uma política pública. Não tem cabimento. Não fizeram agora o subsídio do diesel para os caminhoneiros?"

O aumento do Bolsa Família, por sua vez, deve custar R$ 5,5 bilhões por ano, segundo Haddad. "Uma parte disso volta como imposto. A gente sabe disso."

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