Bolsonaro defende indicação de Mandetta apesar de investigação: "não é nem réu ainda"
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), defendeu nesta terça-feira (20) o nome do deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) para assumir o Ministério da Saúde em seu governo, apesar de ele ser investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois. Bolsonaro ressaltou que a indicação foi da bancada da saúde na Câmara dos Deputados e de entidades do setor.
"Olha só, tem uma acusação contra ele em 2009 se eu não me engano, não deu um passo esse processo ainda, não é nem réu ainda", disse o presidente eleito em breve conversa com jornalistas nesta terça. "O que está acertado entre nós? Qualquer denúncia ou acusação que seja robusta não fará parte do nosso governo", prometeu.
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O deputado vinha sendo cogitado para a pasta, mas não havia sido confirmado pela revelação de que estaria sendo investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois na implementação de um sistema de prontuário eletrônico quando era secretário de Saúde em Campo Grande (MS), sua cidade natal.
Auditoria feita pela CGU (Controladoria-Geral da União) em 2014 apontou que, apesar de o pagamento estar praticamente finalizado, o sistema contratado não havia sido instalado nas unidades de saúde.
A PF concluiu que há indícios de que o deputado cometeu crimes pelos quais estava sendo investigado. Até o momento, no entanto, não houve denúncia do Ministério Público. O caso estava no STF (Supremo Tribunal Federal), mas foi remetido à Justiça Federal do estado depois da decisão do STF sobre a restrição do foro privilegiado a parlamentares.
Em relação às investigações em Mato Grosso do Sul, o futuro ministro da Saúde aparentou tranquilidade e afirmou que, antes mesmo de seu nome começar a ser citado para o cargo, conversou com Bolsonaro.
“Sempre quando esse isso ocorre [investigações], a gente se sente muito desconfortável, mas quem é uma pessoa pública tem que se submeter a essas situações. Eu estive com o presidente antes de todo esse anúncio, antes de ventilarem o meu nome. Levei a ele o meu nome e disse a ele: 'veja com a sua equipe'. Hoje em dia, no Brasil, a gente vive esse drama de dizer que uma pessoa está sendo investigada. Não sou réu, não tenho nem a condição de saber quais são as eventuais culpabilidades a mim impostas”, disse Mandetta.
A indicação de Mandetta para o Ministério da Saúde foi confirmada hoje pelo presidente eleito durante reunião com a Frente Parlamentar da Saúde, da qual Mandetta faz parte, e com a Associação das Santas Casas.
"Eu acolhi a indicação dessas entidades, que querem em nome de uma saúde realmente diferente”, disse o presidente eleito.
Questionado sobre a possibilidade de pedir ao presidente Michel Temer (MDB) para que a nomeação do economista Roberto Campos Neto para o comando do Banco Central seja realizada ainda este ano, o presidente eleito disse que terá que discutir o assunto com o seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
Campos Neto escolhido pela equipe de Bolsonaro para comandar o BC a partir do próximo ano, mas sua indicação tem que passar pelo crivo do Senado Federal.
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