Cuba acusa EUA de mobilizarem forças especiais visando intervenção na Venezuela
Cuba acusou hoje os Estados Unidos de estarem posicionando forças especiais mais perto da Venezuela em segredo como parte de um plano para intervir no país sul-americano com o pretexto de uma crise humanitária.
Uma "Declaração do Governo Revolucionário" argumentou que eventos recentes no país equivalem a uma tentativa de golpe que falhou até agora.
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, vem tentando pressionar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para que renuncie e ceda o poder a Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional da Venezuela.
Guaidó invocou uma cláusula constitucional para se autoproclamar presidente interino três semanas atrás, argumentando que a eleição que reelegeu Maduro no ano passado foi uma farsa.
Estes acontecimentos, disse a declaração cubana, levaram Washington a impor sanções drásticas, causando danos "mil vezes maiores" do que a ajuda que está tentando impor à Venezuela.
"Entre 6 e 10 de fevereiro, aeronaves militares de transporte voaram para o Aeroporto Rafael Miranda de Porto Rico, para a Base Aérea de San Isidro, na República Dominicana, e para outras ilhas caribenhas localizadas estrategicamente, provavelmente sem o conhecimento dos governos destas nações", afirmou a declaração.
"Estes voos decolaram de instalações militares americanas a partir das quais unidades de Operações Especiais e do Corpo de Fuzileiros Navais operam, que são usadas para ações sigilosas."
A Venezuela, uma grande produtora de petróleo, está sendo assolada por uma crise econômica grave. A queda dramática na produção e uma inflação de seis dígitos estão erodindo os meios de vida da população, e cerca de três milhões de pessoas já partiram para países vizinhos em busca de sustento.
Cuba é uma das maiores apoiadoras do governo venezuelano desde o início da chamada Revolução Bolivariana sob o comando do falecido líder Hugo Chávez em 1998.
A maioria dos países ocidentais, incluindo os EUA, e latino-americanos reconheceram Guaidó como chefe de Estado legítimo da Venezuela e prometeram milhões de dólares em ajuda humanitária, que começou a chegar à fronteira com a Colômbia e o Brasil.
O governo Maduro ainda conta com o apoio de Rússia, China entre outras nações e controla instituições estatais, inclusive as Forças Armadas.
Na terça-feira Guaidó disse que a ajuda humanitária entraria pela fronteira apesar das objeções de Caracas, armando um confronto em potencial.
Nesta quinta-feira Cuba disse estar claro que os EUA querem "estabelecer um corredor humanitário à força sob proteção internacional, invocando a obrigação de proteger civis e adotando todas as medidas necessárias".
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