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Nova Zelândia começa a enterrar vítimas de ataque em mesquitas

20.mar.2019 - Pessoas participam da cerimônia de sepultamento das vítimas dos ataques às mesquitas em Christchurch, Nova Zelândia - Jorge Silva/Reuters
20.mar.2019 - Pessoas participam da cerimônia de sepultamento das vítimas dos ataques às mesquitas em Christchurch, Nova Zelândia Imagem: Jorge Silva/Reuters

20/03/2019 09h38

Os corpos das vítimas de um ataque a tiros em mesquitas da Nova Zelândia foram levados em caixões abertos a uma grande tenda do Cemitério Memorial Park, em Christchurch, hoje, para os primeiros enterros dos 50 mortos.

A maioria das vítimas do ataque de sexta-feira na cidade da Ilha Sul era de imigrantes ou refugiados de países como Paquistão, Índia, Malásia, Indonésia, Turquia, Somália, Afeganistão e Bangladesh.

O mais novo, um menino de 3 anos, era filho de refugiados somalis nascido na Nova Zelândia.

Os dois primeiros mortos enterrados, o pai e o filho Khaled e Hamza Mustafa, saíram da Síria em guerra.

"Não consigo lhes dizer como é devastador... uma família veio para cá em busca de segurança e deveria estar segura aqui", disse a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, que visitava a cidade pela segunda vez desde o massacre.

Envoltos em tecidos brancos, os corpos foram depositados de face para Meca, e depois das orações fúnebres foram levados a covas recém-abertas.

"Ver o corpo ser baixado foi um momento de muita emoção para mim", disse Gulshad Ali, que viajou de Auckland para assistir ao primeiro funeral.

Várias pilhas de terra assinalavam o local de diversos túmulos que serão usados para as vítimas do pior ataque a tiros da história da Nova Zelândia.

Centenas de pessoas de luto se reuniram, algumas usando uma taqiyah (touca), outras shalwar kameez (túnica longa e calças), e as mulheres usavam hijabs e lenços. Policiais fortemente armados se mantinham de guarda com flores nos coldres dos revólveres e em seus rifles de alta potência.

Houve seis enterros hoje, e mais devem acontecer durante a semana.

Jacinda disse que o chamado às orações dos muçulmanos da Nova Zelândia desta sexta-feira será transmitido em rede nacional e que no mesmo dia haverá um minuto de silêncio.

"Existe um desejo de mostrar apoio para a comunidade muçulmana quando eles voltarem às mesquitas na sexta-feira", disse.