Sindicatos e estudantes da Colômbia preparam outro protesto em meio a mudanças na reforma tributária
BOGOTÁ (Reuters) — Sindicatos e estudantes da Colômbia realizarão mais um protesto na quarta-feira em homenagem a um jovem manifestante que morreu depois de ser ferido por um cilindro de gás lacrimogêneo em meio a mudanças na reforma tributária anunciadas pelo presidente Iván Duque.
Outras manifestações eram esperadas para esta terça-feira, o sexto dia seguido de protestos desde uma marcha de 250 mil pessoas da semana passada organizada pelo Comitê Nacional de Greves.
Em uma reunião com Duque na manhã desta terça-feira, o comitê disse em um comunicado que exigirá "uma negociação permanente até que a pauta pela qual a greve de 21 de novembro foi convocada seja resolvida".
A reunião durou cerca de duas horas, e líderes do comitê exigiram que Duque se encontre com eles sem incluir líderes do empresariado e de outros setores.
Logo após a reunião, Duque disse a jornalistas que a proposta de reforma tributária será modificada para devolver o Imposto sobre Valor Agregado aos 20% mais pobres da Colômbia e diminuir as contribuições para a saúde dos pensionistas que recebem o salário mínimo — metade da população aposentada — de 12% para 4% durante três anos. Também haverá três dias por ano sem IVA.
As propostas custarão cerca de 3,2 trilhões de pesos (931 milhões de dólares), informou o governo.
Duque nega apoiar supostos planos econômicos — entre eles uma redução do salário mínimo para os jovens — que mobilizaram muitos manifestantes.
Milhares de manifestantes pacíficos têm ido às ruas devido a questões como reformas econômicas, a violência policial e a corrupção.
Os manifestantes também vêm enfatizando o que afirmam ser uma falta de ação governamental para deter o assassinato de centenas de ativistas dos direitos humanos e pediram que Duque implante em sua totalidade um acordo de paz firmado em 2016 com rebeldes de esquerda.
A morte de Dilan Cruz, de 18 anos, na segunda-feira provavelmente aumentará as críticas às táticas de dispersão de multidões do batalhão de choque Esmad, que inclui gás lacrimogêneo e granadas de atordoamento.
(Por Carlos Vargas, Julia Symmes Cobb e Luis Jaime Acosta; reportagem adicional de Luisa Gonzalez)
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