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Mercosul muda regra de adesão para evitar um novo "risco Venezuela"

Manifestação exibe bandeira da Venezuela - REUTERS/Ivan Alvarado/File
Manifestação exibe bandeira da Venezuela Imagem: REUTERS/Ivan Alvarado/File

Lisandra Paraguassu

em Bento Gonçalves (RS)

05/12/2019 18h51

A Cúpula do Mercosul aprovou hoje uma atualização de uma das regras de adesão para diminuir os riscos de um novo caso Venezuela, em que o país entra para o bloco e passa a usufruir de direitos mesmo sem ter cumprido todas as etapas obrigatórias.

De acordo com o conselheiro Daniel Leitão, um dos negociadores brasileiros no Mercosul, a partir dessa revisão, o país candidato só passará a participar de algum dos órgãos do bloco à medida que for cumprindo as regras daquela área.

"A ideia é evitar que a experiência da Venezuela se repita, de um sócio entrar, não aderir aos compromissos e ainda assim participar plenamente das decisões. A partir de agora, se o país assumiu regras de comércio, por exemplo, participa do grupo comércio. Mas não antes disso", explicou.

A Venezuela teve sua adesão efetivada em 2012 e chegou a sediar uma cúpula e exercer a presidência em 2014, mas nunca cumpriu as normas do bloco. Isso acabou servindo de justificativa para sua expulsão em 2016.

Nesse momento, apenas a Bolívia está em processo de adesão e não existe outros interessados. A entrada do país já foi aprovada pelos Parlamentos do Uruguai, Paraguai e Argentina, mas ainda falta a aprovação do Brasil e do próprio Parlamento da Bolívia.

Segundo Leitão, as novas regras já servirão para o processo de adesão boliviano. Nesta cúpula, a chanceler do governo autoproclamado da Bolívia, Karen Longaric, confirmou o interesse de seu país em terminar o processo rapidamente.

No entanto, se confirmadas as eleições prometidas pelo governo autoproclamado,caberá ao próximo governo eleito da Bolívia tocar o processo.