Europa teme segunda onda precoce do coronavírus após protestos em massa
A Europa pode enfrentar uma disparada de infecções por covid-19 nas próximas semanas devido aos protestos em massa ocorridos no continente nos últimos dias, disseram autoridades e especialistas da União Europeia hoje.
Dezenas de milhares de manifestantes se reuniram em grandes cidades europeias em dias recentes para protestar contra o racismo após o assassinato do afro-norte-americano George Floyd sob custódia da polícia.
"Se você aconselha todos a ficarem a um metro e meio uns dos outros e no final todo mundo fica perto dos outros, se abraçando, então não tenho um bom pressentimento disso", disse Jozef Kesecioglu, que preside a Sociedade Europeia de Medicina de Tratamento Intensivo, em uma conferência.
Indagado se pode haver um aumento de infecções na próxima quinzena, ele respondeu: "Sim, mas espero estar errado".
A maioria das 27 nações do bloco já passou pelo pico da epidemia e está reabrindo negócios e fronteiras gradualmente, uma vez que a doença recuou nas últimas semanas.
Antes dos protestos recentes, cientistas acreditavam em uma segunda onda só depois do verão, mas as aglomerações podem afetar esta tendência positiva.
"Como em qualquer doença respiratória infecciosa, eventos em massa podem ser uma grande rota de transmissão", disse à Reuters Martin Seychell, autoridade de saúde da Comissão Europeia, quando questionado sobre a possibilidade de uma segunda onda precoce desencadeada pelas manifestações.
O vírus ainda está circulando, mas em índices menores do que há algumas semanas atrás, explicou.
A probabilidade e o tamanho de uma segunda onda dependeriam da manutenção eficiente das medidas de distanciamento social e de outros fatores, muitos dos quais ainda são desconhecidos, disse ele.
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