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Maia diz que 'campanha' de Bolsonaro por hidroxicloroquina é 'grave'

29.mai.2019 - O presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia - Marcelo Camargo/Agência Brasil
29.mai.2019 - O presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Maria Carolina Marcello

em Brasília

08/07/2020 22h19

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira que nenhum político, nem mesmo o presidente da República, tem a atribuição de recomendar o uso de medicações e considerou "grave" a recente defesa que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez sobre uso da hidroxicloroquina, medicamento contra malária que não tem comprovação de eficácia contra a covid-19.

Bolsonaro anunciou ontem estar contaminado com o novo coronavírus e fez questão de declarar que já havia começado a tomar o remédio antes mesmo da divulgação do resultado do exame a que se submeteu.

"Eu não acho que o presidente, nem eu, nem ninguém, deve ficar aqui tratando de qual remédio orientar a sociedade a tomar", disse Maia em entrevista à CNN Brasil.

"Isso é questão da área médica. E é até grave que o presidente trate desse assunto", afirmou o deputado.

Na terça-feira, Bolsonaro chegou a publicar vídeo nas redes sociais tomando comprimido de hidroxicloroquina.

Maia acrescentou considerar o tema "muito delicado", sobre uma doença nova, um vírus novo e que traz mudanças e adaptações frequentes dos protocolos. Para ele, que informou hoje a morte da tia de sua esposa por covid-19, o assunto é atribuição da área médica.

O presidente da Câmara aproveitou ainda para rechaçar agressões a Bolsonaro por conta de sua situação de saúde e disse estar torcendo por sua recuperação.

"Da mesma forma que critico quando sou agredido, ou quando o Supremo é agredido, também acho errado quando o presidente da República é agredido", disse, sem se referir a uma situação específica.