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Com recorde de mortes no Sul, Brasil registra 1.187 óbitos por covid em 24h

Cruzes colocadas sobre túmulos no cemitério São Francisco Xavier durante o surto de doença de coronavírus, no Rio de Janeiro - RICARDO MORAES/REUTERS
Cruzes colocadas sobre túmulos no cemitério São Francisco Xavier durante o surto de doença de coronavírus, no Rio de Janeiro Imagem: RICARDO MORAES/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

08/07/2020 18h26Atualizada em 09/07/2020 16h26

A região Sul teve hoje o maior número de mortes confirmadas por covid-19 em 24 horas, de acordo com o levantamento do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte. No dia em que o Brasil registrou 1.187 novos óbitos pela doença, levando o total de vítimas fatais para 68.055. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul contabilizaram 93 mortes —o recorde anterior na região era de 85 novos óbitos, no dia 2 de julho.

O Rio Grande do Sul teve pico de 37 mortes em 24 horas —o recorde anterior havia sido na segunda-feira (6), com 32. O Paraná chegou ao seu segundo maior número da série histórica, com 43 óbitos, um a menos que no dia 2 de julho. Santa Catarina registrou 13 mortes.

O Sul ainda é a região com menos mortes pela doença, com 1.971 desde o início da pandemia, mas a evolução tem preocupado. Enquanto no Brasil há uma espécie de platô (a diferença entre o número de novos óbitos de uma semana para outra foi de 1%), na região a alta foi de 27% em uma semana.

Os dados do consórcio de imprensa também mostraram um aumento de 41.541 casos da doença provocada pelo novo coronavírus de ontem para hoje. O total de infectados no Brasil chegou a 1.716.196.

Já o novo balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado hoje, aponta que o Brasil teve 1.223 mortes causadas por coronavírus registradas nas últimas 24 horas. Com isso, nas contas da Pasta, o país chegou a 67.964 vidas perdidas para a covid-19.

Segundo o governo federal, foram contabilizados mais 44.571 casos da doença de ontem para hoje. Esse resultado faz o total acumulado de diagnósticos chegar a 1.713.160.

Ainda de acordo com a Pasta, o Brasil superou a marca de 1 milhão de recuperados. Outros 624.295 pacientes estão em acompanhamento.

RJ tem queda de casos e mortes: o que isso significa?

Por duas semanas consecutivas, o estado do Rio de Janeiro registrou queda no número de mortes e de pessoas infectadas por covid-19. A redução se concentra na capital fluminense. A curva descendente esboça uma tendência, mas ainda está longe de configurar um quadro de controle da doença, pois o atual afrouxamento do isolamento social pode causar uma segunda onda da doença.

Especialistas ouvidos pelo UOL apontam para um processo de interiorização da doença. Na última semana, municípios como Niterói (Grande Rio), Campos dos Goytacazes e Volta Redonda registraram pico de mortes em decorrência da pandemia.

No município de Duque de Caxias, a Justiça suspendeu o decreto que autorizava o retorno às aulas nas escolas particulares, suspensas desde março. Segundo números de ontem da Secretaria de Estado de Saúde, a cidade é a quinta do estado com mais casos registrados da doença (3.403) e a terceira em mortes (462).

Teich se diz à 'espera de um milagre' no Brasil

O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, voltou a comentar sobre a forma como o país vem administrando a crise provocada pelo coronavírus. Para ele, a flexibilização do isolamento social e a retomada da economia no país acontecem de "forma confusa". Em texto publicado no O Globo, o oncologista mostrou preocupação com a falta de uma coordenação central, de dados e de uma estratégia e se disse "à espera de um milagre".

Veículos se unem em prol da informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa e assim buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.