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Após anunciar retirada, EUA se recusam a pagar o que devem à OMS

Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca -
Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca

03/09/2020 08h50

WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos não pagarão os cerca de US$ 80 milhões (cerca de R$ 425 milhões) que devem à OMS (Organização Mundial da Saúde) e, em vez disso, redirecionarão o dinheiro para ajudar a pagar suas taxas na ONU (Organização das Nações Unidas), disse uma funcionária do governo norte-americano ontem.

O país planeja deixar a OMS em 6 de julho de 2021, depois que o presidente Donald Trump acusou a organização de se tornar um fantoche da China durante a pandemia do coronavírus. A OMS rejeitou a afirmação de Trump.

Uma porta-voz da OMS disse hoje em uma resposta por e-mail a um pedido de comentário: "Nos referimos às nossas declarações anteriores em que lamentamos a decisão dos EUA de retirar-se. Aguardamos mais detalhes, que consideraremos cuidadosamente."

Sob uma resolução conjunta de 1948 do Congresso dos EUA, Trump teve que dar um aviso prévio de um ano sobre a saída da OMS e é obrigado a pagar o que Washington deve pelo atual ano fiscal da organização.

Nerissa Cook, vice-secretária para organizações internacionais do Departamento de Estado, disse que os EUA atualmente devem à OMS cerca de US$ 18 milhões (R$ 96 milhões) pelo exercício financeiro de 2019 e US$ 62 milhões (R$ 329 milhões) referentes ao exercício financeiro de 2020.

"Esses recursos, juntos, estão sendo reprogramados para a ONU para pagar a taxação regular da ONU", disse Cook, referindo-se ao dinheiro que Washington é obrigado a pagar à ONU em Nova York.

O rival de Trump na eleição presidencial de novembro nos EUA, o ex-vice-presidente Joe Biden, afirmou que revogará a decisão de retirar os EUA da OMS se derrotar Trump no pleito marcado para 3 de novembro.

(Por Michelle Nichols e Humeyra Pamuk; Reportagem adicional de Stephanie Nebehay em Genebra)