Policiais são dispensados de acusações criminais na morte de Breonna Taylor
Dois policiais brancos que dispararam suas armas no apartamento de Breonna Taylor, mulher negra do serviço de saúde, não serão processados legalmente pela morte dela, pois o uso de força foi justificado, mas um terceiro oficial foi acusado de colocar os vizinhos de Taylor em perigo, afirmou o procurador-geral do Estado norte-americano do Kentucky hoje.
O procurador-geral Daniel Cameron anunciou a decisão do júri de Louisville numa entrevista, enquanto manifestantes que pediam o fim da injustiça racial e da brutalidade policial lotavam as ruas da maior cidade do Kentucky.
O ex-detetive Brett Hankison foi indiciado por perigo arbitrário no primeiro grau, um dos delitos menos graves de acordo com a legislação do Estado, e que pode acarretar em uma condenação de no máximo cinco anos na prisão.
Benjamin Crump, advogado que representa a família de Taylor, afirmou que é um escândalo o fato de nenhum dos policiais ser criminalmente implicado pela morte dela.
Breanna Taylor, 26, foi morta diante do namorado, que estava armado, pouco após a meia-noite no dia 13 de março dentro de seu apartamento em Louisville, após Hankison e dois colegas forçarem a abertura da porta do imóvel com mandado de busca e apreensão.
Outros dois policiais, o sargento Jonathan Mattingly e o detetive Myles Cosgrove, não foram indiciados porque agiram de acordo com a lei estadual do Kentucky ao atirarem em resposta aos tiros disparados pelo namorado de Taylor, Kenneth Walker, e que atingiram Mattingly na coxa, disse Cameron.
"Não há dúvidas de que é um caso angustiante e carregado de emoções", disse Cameron, negro e republicano, a jornalistas.
O governador Andy Beshear pediu que Cameron disponibilize todas as evidências no caso para que o público possa melhor entender o andamento da investigação.
"Todos podem e deveriam estar informados", disse Beshear. "Os que sentem frustração e dor, eles merecem saber mais".
Hankinson disparou sua arma dez vezes. Algumas das balas viajaram pelo apartamento de Taylor e adentraram um apartamento adjacente onde um homem, uma mulher grávida e uma criança estavam em casa.
"Não há evidências conclusivas" de que as balas de Hankinson atingiram Taylor, disse Cameron. O júri o indiciou por arbitrariamente colocar em perigo os vizinhos", disse Cameron.
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