UE se divide sobre dispensa de patente de vacinas e não deve adotar posição clara
BRUXELAS (Reuters) - Líderes da União Europeia estão divididos sobre a questão de seguir os EUA e apoiar uma dispensa de direitos de patente de vacinas contra Covid-19, já que muitos argumentam que isso demoraria anos e não aborda o tema imediato de fabricar mais doses para acabar com a pandemia.
Líderes do bloco de 27 nações debaterão a proposta de dispensa de patente em uma cúpula de dois dias que começa na cidade portuguesa do Porto nesta sexta-feira, mas dificilmente delinearão uma posição unificada forte, a não ser por uma disposição geral de debater o tópico.
Na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apoiou a dispensa de direitos de propriedade intelectual de vacinas contra Covid-19, reagindo à pressão de parlamentares democratas e mais de 100 países, mas enfurecendo as farmacêuticas.
Algumas autoridades da UE argumentam que o processo de dispensa, que ocorreria na Organização Mundial do Comércio (OMC), poderia demorar dois anos, tornando-o irrelevante para controlar a pandemia rapidamente.
Especialistas também observam que acordos de dispensa de direitos de patente poderiam variar em termos de tempo ou dependendo do método usado pela vacina para criar imunidade, e que é menos provável a tecnologia mais avançada de RNA mensageiro ser liberada gratuitamente a todos.
Os líderes da UE provavelmente ouvirão da Comissão Europeia, o Executivo do bloco, que uma dispensa não ajudaria a intensificar a produção de vacinas, especialmente em países mais pobres, já que exigem tecnologias e instalações avançadas, disseram autoridades.
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