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Após fala de Bolsonaro, Petrobras diz que não antecipa reajustes de preços

30.out.2021 - O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro chega para o encontro de líderes do G20 - REUTERS/Guglielmo Mangiapane
30.out.2021 - O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro chega para o encontro de líderes do G20 Imagem: REUTERS/Guglielmo Mangiapane

01/11/2021 15h48Atualizada em 01/11/2021 16h37

A Petrobras afirmou nesta segunda-feira (1º) que não antecipa decisões de reajustes de preços de combustíveis, após o presidente Jair Bolsonaro ter afirmado mais cedo que a estatal anunciará mais uma variação nos valores em cerca de 20 dias.

Em sua declaração na Itália, Bolsonaro afirmou que soube sobre o eventual futuro reajuste de preços de forma extraoficial.

Por ser uma empresa de capital aberto e com ações negociadas em Bolsa, a Petrobras precisa seguir regras de mercado que estabelecem padrões de divulgação de informações relevantes ao negócio.

Em comunicado ao mercado, porém, a petroleira frisou que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado.

Segundo a petroleira estatal, ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios e seguem as suas políticas comerciais vigentes.

"A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais", afirmou.

A declaração de Bolsonaro foi feita em meio à COP26, onde também afirmou que o governo estuda usar os dividendos recebidos pelo lucros da Petrobras para abater os aumentos no preço do diesel.

Usar dividendos para segurar preço do diesel

Mais cedo, também nesta segunda-feira, Bolsonaro afirmou que o governo federal não tem interesse nos dividendos recebidos pelo lucros da Petrobras e que conversa com a equipe econômica para que esses recursos sejam revertidos para abater o preço do diesel.

Durante visita à Itália, Bolsonaro disse ainda em entrevista a jornalistas que recebeu informações extraoficiais de que em 20 dias a estatal promoverá um novo reajuste nos preços dos combustíveis, e alertou que isso não pode acontecer.

A alta dos preços do diesel é um dos motivos apresentados por lideranças de caminhoneiros para a convocação de greve nesta segunda-feira, dia 1º de novembro.

Alta do preço do diesel

O litro do diesel foi vendido a 5,214 reais por litro, em média, nos postos do país em outubro, alta de 5,76% ante setembro, com o mercado refletindo altas nos preços de petróleo no combustível comercializado pela Petrobras, de acordo com levantamento da Ticket Log (IPTL).

Foi a sexta alta mensal consecutiva, segundo pesquisa da marca de gestão de frotas da Edenred Brasil.

Quando o valor é comparado à média de outubro do ano passado, o aumento chega a 42% nas bombas, situação que tem provocado protestos dos caminhoneiros, que planejam paralisação na próxima segunda-feira.

Lucro da Petrobras

A Petrobras registrou lucro de R$ 31,14 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Assim, reverteu o prejuízo de igual período do ano passado.

A retomada do consumo da gasolina e do óleo diesel, à medida que a vacinação avança no País, também ajudaram a petrolífera a engordar o caixa. Além disso, a estatal contou com um dinheiro extra que entrou com acordo firmado com sócios chineses no pré-sal e alguns benefícios tributários.