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Mulheres ucranianas fazem cursos de autodefesa perto da fronteira com a Rússia

17.mar.2014 - Manifestantes agitam bandeiras da Ucrânia em frente ao Parlamento ucraniano em Kiev. O ministro da Defesa ucraniano declarou nesta segunda-feira (17) que tropas ucranianas permanecerão na Crimeia , mesmo com os planos da península de se separar da Ucrânia e se unir à Rússia. Um dia após o referendo no qual mais de 90% dos moradores da Crimeia optaram pela unificação com a Rússia, os ânimos entre os países se acirraram - Sergei Supinsky/AFP
17.mar.2014 - Manifestantes agitam bandeiras da Ucrânia em frente ao Parlamento ucraniano em Kiev. O ministro da Defesa ucraniano declarou nesta segunda-feira (17) que tropas ucranianas permanecerão na Crimeia , mesmo com os planos da península de se separar da Ucrânia e se unir à Rússia. Um dia após o referendo no qual mais de 90% dos moradores da Crimeia optaram pela unificação com a Rússia, os ânimos entre os países se acirraram Imagem: Sergei Supinsky/AFP

Matthias Williams

Da Reuters, em Kharkiv (Ucrânia)

07/02/2022 18h59

Viktoria Makarova carrega seu rifle e mira em um alvo no chão coberto de neve, enquanto um instrutor a mantém firme para o recuo.

Makarova, gerente de uma empresa de construção na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, está passando seus finais de semana aprendendo a disparar armas, praticar artes marciais e aprimorar suas habilidades de primeiros socorros enquanto o país se prepara para uma possível guerra com a Rússia.

Ela faz um curso de autodefesa na segunda maior cidade da Ucrânia, um grande centro industrial a 40 km da fronteira com a Rússia.

"Agora é a hora de proteger meu país, minha casa e minha família", disse a mãe de dois filhos, de 44 anos.

"Os soldados russos estão se acumulando em nossas fronteiras e há um enorme perigo de sermos invadidos novamente. Não vamos fugir e abandonar nossa amada cidade de Kharkiv, isso significa que temos que aprender a defendê-la", afirmou Makarova.

A Rússia reuniu mais de 100.000 soldados perto das fronteiras da Ucrânia nas últimas semanas, provocando temores de uma invasão militar em larga escala. Moscou nega tal plano, mas exigiu garantias de segurança do Ocidente, incluindo uma promessa da Otan de nunca admitir a adesão de Kiev ao grupo.

A demanda por cursos militares e de autodefesa aumentou entre os civis ucranianos à medida que crescem os temores de uma invasão.

Dariya Konokh, uma estudante de direito de 23 anos que participa do curso, disse que não ficou surpresa com o fato de que a maioria dos participantes fosse do sexo feminino.

"Este (é) o lugar certo para meninas. Conheço muitas mulheres militares profissionais e acredito que o gênero nesta situação não importa", afirmou ela.