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Aliada da Rússia, Cuba critica EUA por crise na Ucrânia e faz apelo por diplomacia

Bandeira de Cuba sobre uma rua de Havana - Yamil Lage/AFP
Bandeira de Cuba sobre uma rua de Havana Imagem: Yamil Lage/AFP

Dave Sherwood

Da Reuters

23/02/2022 13h12Atualizada em 23/02/2022 13h27

Cuba, um aliado próximo da Rússia, criticou duramente os Estados Unidos por impor "a expansão progressiva da Otan em direção às fronteiras da Federação Russa" e apelou para uma solução diplomática para preservar a paz internacional.

Uma das piores crises na Europa em décadas se desenrolava após o presidente russo, Vladimir Putin, ordenar o envio de tropas a duas regiões separatistas no leste da Ucrânia depois de reconhecê-las como independentes, provocando a imposição de novas sanções à Rússia por nações ocidentais, incluindo os Estados Unidos.

Em uma declaração no final da terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba disse que os Estados Unidos, o rival de longa data de Havana, tinha aumentado as ameaças contra Putin, agravando a crise. A declaração cubana não mencionava especificamente os avanços russos nas regiões separatistas do leste da Ucrânia.

"O governo americano vem ameaçando a Rússia há semanas e manipulando a comunidade internacional sobre os perigos de uma 'iminente invasão maciça' da Ucrânia", disse a declaração cubana. "Ele forneceu armas e tecnologia militar, enviou tropas para vários países da região, aplicou sanções unilaterais e injustas, e ameaçou com outras represálias", afirmou.

Cuba, dirigida pelos comunistas há décadas, tem sido aliada da Rússia e da União Soviética antes disso, com estreitos laços econômicos.

A declaração de Cuba veio poucas horas depois que a Rússia concordou em adiar o pagamento da dívida que lhe era devida por Cuba até 2027. O Ministério das Relações Exteriores de Cuba disse na semana passada que os dois países aprofundariam os laços e explorariam a colaboração nos setores de transporte, energia, indústria e bancos após a visita do vice-primeiro-ministro russo, Yuri Borisov.

A declaração cubana de terça-feira pediu por um "diálogo construtivo e respeitoso", e acrescentou que ele é necessário para resolver a crise da Ucrânia.

"Fazemos um apelo aos Estados Unidos e à Otan para que abordem de forma séria e realista as bem fundamentadas reivindicações de garantias de segurança da Federação Russa, que tem o direito de se defender", diz a declaração.

"A determinação dos Estados Unidos em impor a expansão progressiva da Otan em direção às fronteiras da Federação Russa constitui uma ameaça à segurança nacional deste país e à paz regional e internacional", acrescentou.