Topo

Esse conteúdo é antigo

Rússia credencia diplomata do Talibã e manifesta preocupação com grupos islâmicos

30.ago.2021 - O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid (ao centro, com xale), fala à mídia no aeroporto de Cabul, no Afeganistão - WAKIL KOHSAR / AFP
30.ago.2021 - O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid (ao centro, com xale), fala à mídia no aeroporto de Cabul, no Afeganistão Imagem: WAKIL KOHSAR / AFP

Olzhas Auyezov

31/03/2022 10h15Atualizada em 31/03/2022 11h03

A Rússia credenciou um diplomata do Taliban para manter contato com o novo governo afegão, mas continua preocupada com a ameaça de grupos islâmicos se espalharem para a Rússia via Ásia Central, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, nesta quinta-feira.

A Rússia sediou uma conferência internacional sobre o Afeganistão no ano passado para tentar chegar a um acordo de paz e conter a violência entre o Taliban e o então governo afegão. A Rússia classifica o Taliban de "organização terrorista", mas recebeu seus membros em várias ocasiões para conversas.

Desde os esforços de mediação da Rússia, os Estados Unidos e seus aliados retiraram suas tropas do Afeganistão depois de 20 anos lá e o Taliban tomou o poder em agosto, quando o governo apoiado pelos EUA entrou em colapso.

Falando em uma conferência na China focada no Afeganistão, Lavrov disse que os crescentes laços comerciais e econômicos entre o Afeganistão e os países da região estão contribuindo para o potencial reconhecimento internacional de seu governo.

Ele afirmou que um enviado do Taliban já estava ativo em Moscou.

"Gostaria de observar que o primeiro diplomata afegão que chegou a Moscou no mês passado e foi enviado pelas novas autoridades recebeu credenciamento no Ministério das Relações Exteriores da Rússia", disse ele.

A Rússia está preocupada com o potencial de consequências na região mais amplamente e a possibilidade de militantes islâmicos se infiltrarem nas ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, que a Rússia vê como seu para-choque defensivo ao sul.

"Os planos do Estado Islâmico e seus apoiadores para desestabilizar os estados da Ásia Central e exportar instabilidade para a Rússia são de particular preocupação", disse Lavrov.