Ucrânia diz que iniciou novo esforço para retirar civis de Mariupol
A Ucrânia disse que uma nova tentativa estava em andamento nesta sexta-feira para retirar dezenas de civis presos em uma siderúrgica fortemente bombardeada na cidade de Mariupol, depois que combates sangrentos com forças russas frustraram os esforços para levá-los para um local seguro no dia anterior.
Mariupol, cidade portuária estratégica no Mar de Azov, sofreu o cerco mais destrutivo da guerra de 10 semanas e a extensa usina siderúrgica de Azovstal, da era soviética, é a última parte da cidade ainda nas mãos de combatentes ucranianos.
As retiradas mediadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) de alguns dos centenas de civis que se abrigaram na rede de túneis e bunkers da usina começaram no fim de semana, mas foram interrompidas nos últimos dias por novos combates.
"A próxima etapa do resgate de nosso povo de Azovstal está em andamento no momento. Informações sobre os resultados serão fornecidas posteriormente", disse Andriy Yermak, chefe da equipe presidencial ucraniana. Ele não deu mais detalhes.
A Rússia voltou seu maior poder de fogo para o leste e o sul da Ucrânia, depois de não conseguir tomar a capital Kiev nas primeiras semanas após a invasão de 24 de fevereiro. A nova frente visa limitar o acesso da Ucrânia ao Mar Negro, vital para suas exportações de grãos e metais, e ligar o território controlado pela Rússia no leste à península da Crimeia, tomada por Moscou em 2014.
Moscou chama suas ações de "operação militar especial" para desarmar a Ucrânia e livrá-la do nacionalismo anti-russo fomentado pelo Ocidente. A Ucrânia e o Ocidente dizem que a Rússia lançou uma guerra de agressão não provocada. Mais de 5 milhões de ucranianos fugiram para o exterior desde o início da invasão.
O Estado-Maior da Ucrânia disse nesta sexta-feira que as forças russas continuam suas "tentativas de assumir totalmente as regiões de Donetsk e Luhansk", áreas no leste parcialmente tomadas por separatistas apoiados por Moscou em 2014.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que destruiu um grande depósito de munição na cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, em um ataque com mísseis. Também disse que suas defesas aéreas derrubaram dois aviões de guerra ucranianos na região de Luhansk.
Não foi possível verificar independentemente as declarações de ambos os lados sobre os eventos no campo de batalha.
Autoridades ucranianas disseram que a Rússia pode intensificar sua ofensiva antes de 9 de maio, quando Moscou comemora a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Hospitais destruídos
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse na quinta-feira que cerca de 4.000 hospitais e outras instalações médicas no país foram destruídos por danos desde a invasão.
"Isso equivale a uma completa falta de medicação para pacientes com câncer. Significa dificuldades extremas ou uma completa falta de insulina para diabetes", disse Zelenskiy em um discurso em vídeo para um grupo de caridade médica. "É impossível fazer cirurgia. Significa, simplesmente, falta de antibióticos."
O Kremlin diz que tem como alvo apenas locais militares ou estratégicos e não civis. A Ucrânia relata diariamente vítimas civis de bombardeios e combates russos e acusa a Rússia de crimes de guerra. A Rússia nega as acusações.
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