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Premiê sueca reconhece derrota nas eleições e direita se prepara para assumir poder

Primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson - News Agency/Jonas Ekstromer via Reuters
Primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson Imagem: News Agency/Jonas Ekstromer via Reuters

14/09/2022 16h53Atualizada em 14/09/2022 18h36

Por Simon Johnson e Anna Ringstrom

ESTOCOLMO (Reuters) - O líder do Partido Moderado da Suécia, Ulf Kristersson, disse nesta quarta-feira que começará o trabalho de formação de um novo governo depois que a atual primeira-ministra, Magdalena Andersson, admitiu que seu Partido Social-Democrata perdeu as eleições gerais realizadas no último fim de semana.

Juntos, moderados, democratas suecos, democratas-cristãos e liberais devem conquistar 176 das 349 cadeiras no Parlamento, contra as 173 vagas da centro-esquerda, de acordo com os últimos números da autoridade eleitoral do país.

Ainda faltam alguns votos a serem computados, mas é improvável que o resultado mude significativamente.

"Agora vou começar o trabalho de formar um novo governo que possa fazer as coisas acontecerem", disse Kristersson em um vídeo em sua conta no Instagram.

A eleição marca um divisor de águas na política sueca, com os democratas suecos, um partido que tem posicionamentos anti-imigração e raízes na supremacia branca, prestes a ganhar influência sobre a política do governo.

O sucesso do partido, que substituiu os moderados, de Kristersson, como o segundo maior do país, levanta temores de que a política tolerante e inclusiva da Suécia fique no passado.

No entanto, o mantra do partido, de que os males da Suécia —especialmente os crimes causados por gangues— são resultado de décadas de políticas de imigração excessivamente generosas, atingiu muitos eleitores.

Kristersson disse que construiria um governo "para toda a Suécia e todos os cidadãos".

"Há uma grande frustração na sociedade, medo da violência, preocupação com a economia, o mundo é muito incerto e a polarização política se tornou muito grande também na Suécia", disse. "Portanto, minha mensagem é que eu quero unir, não dividir."

Embora o partido de Kristersson seja menor, o líder democrata sueco, Jimmie Akesson, não teria o amplo apoio da direita necessário para derrubar os sociais-democratas.

É provável que Kristersson tente formar um governo com os democratas-cristãos e conte com o apoio parlamentar dos democratas suecos e liberais.