Regiões separatistas na Ucrânia marcam referendos de anexação à Rússia
Duas regiões controladas pela Rússia no leste da Ucrânia anunciaram planos de realizar referendos sobre adesão à Rússia no final desta semana e um aliado do presidente Vladimir Putin disse que os votos alterarão o cenário geopolítico a favor de Moscou para sempre.
A medida, que agrava seriamente o impasse de Moscou com o Ocidente, ocorre depois que a Rússia sofreu uma contraofensiva no campo de batalha no nordeste da Ucrânia e enquanto Putin pondera seus próximos passos em um conflito de quase sete meses que causou a mais séria cisão entre Ocidente e Oriente desde a crise dos mísseis cubanos, em 1962.
A autoproclamada República Popular de Luhansk (LPR), apoiada pela Rússia, e a vizinha República Popular de Donetsk (DPR) disseram que os referendos serão realizados de 23 a 27 de setembro.
Em um post nas mídias sociais endereçado a Putin, o chefe da DPR, Denis Pushilin, escreveu: "Peço a você, o mais rápido possível, no caso de uma decisão positiva no referendo, da qual não temos dúvidas, que considere a DPR como uma parte da Rússia".
Mais cedo nesta terça-feira, autoridades russas instaladas na região de Kherson, no sul, onde as forças de Moscou controlam cerca de 95% do território, disseram que também decidiram realizar um referendo. Autoridades pró-Rússia em parte da região de Zaporizhia, na Ucrânia, devem seguir o exemplo.
A Ucrânia e os Estados Unidos disseram que tais referendos seriam uma farsa ilegal e deixaram claro que eles e muitos outros países não reconheceriam os resultados.
Não está claro como os referendos serão realizados, uma vez que as forças russas e apoiadas pela Rússia controlam apenas cerca de 60% da região de Donetsk, enquanto as forças ucranianas estão tentando retomar Luhansk.
Autoridades pró-Rússia disseram anteriormente que os referendos podem ser realizados eletronicamente.
A medida ocorreria oito anos depois que a Rússia anexou a península da Crimeia.
Os referendos foram anunciados depois que a Ucrânia disse que suas tropas haviam retomado a vila de Bilohorivka, na região de Luhansk, e se preparavam para recapturar toda a província que até agora estava totalmente ocupada pelas forças russas.
A Rússia indicou que assumir o controle total de Luhansk e da província vizinha de Donetsk era o objetivo principal do que chamou de "operação militar especial" na Ucrânia, alegando que os falantes de russo estavam sendo perseguidos e até bombardeados pelas forças do governo ucraniano, algo que Kiev nega.
Tropas ucranianas começaram a entrar em Luhansk depois de expulsar as forças russas da província de Kharkiv, no nordeste, em uma contraofensiva relâmpago este mês.
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