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Primeiro-ministro do Japão demite assessor após comentário homofóbico

Fumio Kishida, primeiro-ministro do Japão - David Mareuil/Pool via REUTERS
Fumio Kishida, primeiro-ministro do Japão Imagem: David Mareuil/Pool via REUTERS

Tim Kelly

04/02/2023 13h52Atualizada em 04/02/2023 14h17

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, demitiu neste sábado um assessor que disse que não queria viver perto de casais gays, lésbicos, bissexuais ou transgêneros e alertou que o povo fugiria do Japão se casamentos entre pessoas do mesmo sexo fossem permitidos.

Em comentários publicados pela imprensa local, Masayoshi Arai, autoridade econômica e comercial que se juntou à equipe de Kishida como secretário em outubro, acrescentou que não queria nem olhar para casais do mesmo sexo.

"Seus comentários são ultrajantes e completamente incompatíveis com as políticas da administração", disse Kishida, em comentários veiculados pela emissora pública NHK.

Falando com repórteres no fim do dia, o líder japonês disse que havia demitido Arai, que havia pedido desculpas por comentários "errôneos" feitos na sexta-feira.

Os comentários de Arai foram feitos depois de Kishida dizer no Parlamento que o casamento entre pessoas do mesmo sexo precisava ser considerado cuidadosamente por causa de seu potencial impacto à estrutura da família.

O incidente é uma vergonha para Kishida, no momento em que ele se prepara para receber outros líderes do G7 em maio. Ao contrário do Japão, governado pelo conservador Partido Democrático Liberal (LDP) pela maior parte das últimas sete décadas, o restante do G7 permite casamento ou união civil a casais do mesmo sexo.

Em uma pesquisa publicada pela NHK em julho de 2021, dois meses antes de Kishida se tornar primeiro-ministro, 57% das 1.508 pessoas que responderam disseram que apoiam o reconhecimento legal de uniões entre pessoas do mesmo sexo.