Tennessee lidera esforço republicano para restringir shows de drags
Parlamentares do Tennessee aprovaram nesta quinta-feira um projeto de lei que restringe apresentações de drags em público ou na frente de crianças, colocando o Estado na vanguarda de um esforço liderado pelos republicanos para limitar drags em pelo menos 15 Estados nos últimos meses.
Os mais de 20 projetos de lei em todo o país são uma reação ao show moderno de drags, que cresceu de uma arte performática underground que usa figurinos e maquiagem para brincar com as normas de gênero, florescida em locais lésbicos, gays, bissexuais e transgêneros, para uma forma de entretenimento convencional, ajudado em parte pela popularidade do programa de competição televisivo "RuPaul's Drag Race".
Artistas e grupos de direitos civis têm condenado as regulamentações propostas sobre as apresentações drags, dizendo que elas são inconstitucionais, redundantes sob as leis já existentes de obscenidade e levariam a mais assédio e violência contra gays e transgêneros.
Eles veem os projetos de lei como parte de um esforço republicano para avançar leis que limitem a conduta de pessoas LGBT+ em todo o país.
Os defensores dos projetos de lei dizem que eles são destinados a proteger as crianças.
"Isso dá confiança aos pais de que podem levar seus filhos a um show público ou privado e não serão surpreendidos por uma apresentação sexualizada", disse, em comunicado, o líder da maioria no Senado do Tennessee, Jack Johnson, um republicano.
O Tennessee, assim como outros Estados norte-americanos, já possui leis relacionadas à indecência pública e obscenidade que proíbem apresentações excessivamente violentas ou sexuais na frente de menores, independentemente do gênero do artista. As apresentações de drag geralmente não envolvem nudez ou strip-tease.
Peppermint, uma artista drag que se tornou famosa em "Drag Race", disse que os projetos de lei anti-drag são só os mais recentes de um longo histórico de legislação anti-LGBT baseado em difamações falsas e perigosas contra pessoas trans e gays: as de que estão "aliciando" as crianças ou buscando explorá-las sexualmente.
"É um espantalho, é um monstro fictício, não é realmente algo real, então eles inventam histórias", disse ela. "A primeira coisa que eles fazem é nos atacar, nos desumanizar, nos transformar em vilões, e depois aprovam leis contra nós".
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