Ruptura dos laços entre Arábia Saudita e Israel pode ter motivado ataque do Hamas, diz Blinken
O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse hoje (8) que parte da motivação do ataque devastador do Hamas contra Israel no sábado pode ter sido o interesse em interromper uma possível normalização das relações entre Israel e Arábia Saudita. Ele afirmou que Washington anunciará uma nova assistência ao Estado judaico.
Combatentes do Hamas invadiram cidades israelenses e dispararam milhares de foguetes contra Israel a partir de Gaza ontem (7) e hoje Israel contra-ataca. O conflito já soma mais de 900 mortos de ambos os lados. A violência crescente ameaça uma nova guerra de grandes proporções no Oriente Médio.
O ataque do Hamas representou a maior e mais mortal incursão contra Israel desde que o Egito e a Síria lançaram uma ofensiva repentina em um esforço para recuperar território tomado por Israel na guerra do Yom Kippur, há 50 anos.
"Não seria uma surpresa que parte da motivação possa ter sido interromper os esforços para unir a Arábia Saudita e Israel, juntamente com outros países que possam estar interessados em normalizar as relações com Israel", disse Blinken à CNN.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse no mês passado que acreditava que seu país estava no limiar da paz com a Arábia Saudita, prevendo que isso poderia remodelar o Oriente Médio.
A Arábia Saudita, que abriga os dois santuários mais sagrados do Islã, há muito tempo insiste no direito dos palestinos de terem um Estado como condição para o reconhecimento de Israel - algo a que muitos membros da coalizão religiosa nacionalista de Netanyahu resistem há muito tempo.
Os EUA disseram neste domingo que os esforços de normalização entre a Arábia Saudita e Israel devem continuar, apesar do último ataque.
"Acreditamos que é do interesse de ambos os países continuar a buscar essa possibilidade", disse Jon Finer, conselheiro adjunto de segurança nacional dos EUA, à Fox News Sunday.
Combates continuam em Gaza
Blinken acrescentou que os EUA também tomaram conhecimento de relatos de vários norte-americanos mortos e sequestrados em Israel e Washington está procurando verificar os detalhes e os números.
"Temos relatos de que vários norte-americanos mortos. Estamos fazendo hora extra para verificar isso", disse Blinken.
O secretário de Estado disse que os detalhes da nova assistência dos EUA a Israel serão divulgados posteriormente, já que ele classificou o ataque a Israel como um "ataque terrorista de uma organização terrorista".
"Estamos analisando solicitações adicionais específicas que os israelenses fizeram. Acho que vocês provavelmente ouvirão mais sobre isso ainda hoje", disse Blinken à CNN.
Blinken acrescentou que há relativa calma neste domingo na maior parte de Israel, mas intensos combates em Gaza, um enclave palestino bloqueado por Israel que testemunhou semanas de protestos de grupos de jovens devido a queixas de longa data relacionadas à ocupação militar israelense, à causa nacional palestina e aos prolongados problemas econômicos.
Ele acrescentou que os EUA ainda não viram nenhuma evidência de que o Irã esteja por trás do último ataque em Israel, mas observou os laços de longa data entre o Irã e o Hamas, que governa Gaza.
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