Hamas negocia em nome de todo o Eixo da Resistência, diz chefe do Hezbollah, do Líbano

Por Laila Bassam e Timour Azhari

BEIRUTE (Reuters) - O chefe do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, disse que o Hamas está conduzindo as negociações de cessar-fogo em Gaza com Israel em nome de todo o "Eixo da Resistência" e que, se houver um acordo, o Hezbollah interromperá suas operações, sem necessidade de conversas paralelas. 

Ao mesmo tempo, Nasrallah alertou que o Hezbollah não teme uma guerra, está pronto para ela e mencionou salvas cada vez maiores de foguetes e drones acionados pelo grupo contra Israel como evidência. 

O Eixo da Resistência é uma aliança construída ao longo de anos de apoio iraniano contra Israel e a influência dos Estados Unidos no Oriente Médio e inclui os houthis, do Iêmen, e grupos armados xiitas do Iraque. 

"O Hamas está negociando em seu próprio nome e pelas facções palestinas e também em nome de todo o Eixo da Resistência. O que o Hamas aceitar, todos nós aceitaremos", afirmou Nasrallah em um discurso transmitido pela televisão para lamentar a recente morte de um comandante sênior do Hezbollah. 

O Hezbollah começou a disparar contra alvos israelenses na fronteira em apoio aos palestinos após o seu aliado Hamas lançar o ataque de 7 de outubro contra Israel que desencadeou a atual guerra em Gaza.

O grupo caracterizou repetidas vezes seus ataques como uma "frente de apoio" com o objetivo de desviar recursos militares israelenses de Gaza e apoiar os palestinos. 

Dezenas de milhares de israelenses e libaneses foram forçados a se retirar da região próxima à fronteira entre os países e observadores internacionais alertaram nas últimas semanas para o risco crescente de um conflito mais amplo.

EUA e França lideraram esforços diplomáticos para tentar fechar um acordo que impeça a expansão do conflito entre Israel e o Hezbollah. 

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Nasrallah disse que, para o Hezbollah, um cessar-fogo em Gaza seria suficiente para isso. 

"Se houver um cessar-fogo em Gaza, nossa frente também cessará o fogo, sem discussão, independentemente de outros acordos, mecanismos ou negociações."

(Reportagem de Laila Bassam e Timour Azhari)

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