Zé Dirceu defende vitória de Maduro e diz que voto impresso é inviolável
O ex-ministro José Dirceu defendeu a vitória de Nicolás Maduro nas eleições do último domingo na Venezuela. Ele comparou a oposição venezuelana a Jair Bolsonaro e Donald Trump, e também afirmou que o sistema de votação venezuelano, baseado no voto impresso, é "seguro" e "inviolável".
"O presidente Nicolás Maduro foi proclamado vitorioso nas eleições venezuelanas e cumprirá seu novo mandato. O discurso de desconfiança foi imediato, mas já vimos esse filme antes", disse Dirceu em nota enviada à coluna.
"Com Jair Bolsonaro foi assim, e antes dele Aécio Neves. Em comum, a ideia de colocar o órgão eleitoral em suspeição e a própria urna eletrônica. Até Donald Trump apelou para a fraude", completou.
O ex-ministro faz uma defesa do sistema de votação na Venezuela, que é baseado no voto impresso e utiliza fiscais em todas as zonas eleitorais. A retomada do voto impresso é uma bandeira dos bolsonaristas
"É preciso lembrar que, na Venezuela, o voto é impresso e depositado numa urna. Logo o sistema é seguro e inviolável. Há fiscais em todas as sessões e nos órgão eleitoral nacional - CNE - e a oposição tem três membros", afirma Dirceu.
O ex—ministro, no entanto, esclareceu à coluna que não defende o voto impresso e que apenas constatou o que já existe na Venezuela.
Uma das figuras mais influentes dentro do PT, Dirceu também critica a mídia brasileira, que, na sua avaliação, "parte do princípio de que Maduro não pode vencer, e se venceu é porque houve fraude".
Para ele, a oposição venezuelana tem setores golpistas e "articulados com interesses norte-americanos, que apoiaram as sanções e o sequestro das reservas da Venezuela".
Dirceu defende que não dá para apontar fraude sem a conferência das atas e diz que Brasil, México e Colômbia " se posicionaram corretamente a despeito de toda a grita da oposição venezuelana e do entusiasmo da mídia com a tese da fraude".
Nesta segunda-feira (29), o PT publicou uma nota defendendo as eleições na Venezuela como "soberanas" e "democráticas". Conforme revelou a coluna, a nota provocou discordâncias dentro do partido, com lideranças classificando o tom como "precipitado" e reclamando de "falta de debate".
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