EUA impõem sanções a grupo de colonos israelenses por violência na Cisjordânia

Por Susan Heavey e Simon Lewis

WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos impuseram sanções nesta segunda-feira ao grupo de colonos israelenses Amana, acusando a organização de ajudar a perpetrar a violência na Cisjordânia ocupada, que tem visto um aumento dos ataques de colonos contra palestinos.

O Amana fornece apoio a postos avançados de colonos não autorizados, usados para expandir os assentamentos israelenses e tomar terras palestinas, disse o Departamento do Tesouro em um comunicado anunciando as sanções, chamando o grupo de "uma parte fundamental do movimento de assentamento extremista israelense".

As sanções também têm como alvo uma subsidiária do Amana chamada Binyanei Bar Amana, descrita pelo Tesouro como uma empresa que constrói e vende casas em assentamentos israelenses e postos avançados de colonos.

As sanções impedem que americanos façam qualquer transação com o Amana e congelam seus ativos nos EUA. O Reino Unido e o Canadá também impuseram sanções ao Amana.

O Departamento do Tesouro disse que o Amana mantém vínculos com outras pessoas visadas em rodadas anteriores de sanções dos EUA, inclusive fornecendo empréstimos a colonos que estabelecem fazendas na Cisjordânia, a partir das quais os colonos cometem violência.

"De forma mais ampla, o Amana usa estrategicamente postos avançados de agricultura que apoia por meio de financiamento, empréstimos e construção de infraestrutura para expandir os assentamentos e se apoderar de terras", afirmou.

As últimas medidas tomadas contra os colonos israelenses pelo governo Biden poderiam ser rapidamente revertidas pelo presidente eleito Donald Trump, cujo novo governo deve ser favorável aos colonos.

Israel tem colonizado a Cisjordânia desde que a capturou durante a guerra do Oriente Médio de 1967. Os palestinos dizem que os assentamentos prejudicaram as perspectivas de estabelecimento de um Estado palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com Jerusalém Oriental como capital.

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Israel considera a Cisjordânia como a Judeia e Samaria bíblicas, e os colonos citam laços bíblicos com a terra.

A violência dos colonos já estava mais intensa antes da eclosão da atual guerra de Gaza e piorou desde o início do conflito, há mais de um ano.

A maioria dos países considera os assentamentos ilegais de acordo com a lei internacional, posição contestada por Israel, que vê o território como um baluarte de sua segurança. Em 2019, o então governo Trump abandonou a posição de longa data dos EUA de considerar os assentamentos ilegais antes de ser restaurada pelo presidente Joe Biden.

Na semana passada, quase 90 parlamentares dos EUA pediram a Biden que impusesse sanções ao Amana, assim como a dois ministros do governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu por causa da violência antipalestina na Cisjordânia. Os ministros não foram sancionados.

(Reportagem de Susan Heavey e Simon Lewis)

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