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Centésima missão de Ariane 5 é sucesso técnico e econômico da Europa

24/09/2018 10h27

O jornal Le Figaro desta segunda-feira (24) se concentra na conquista do espaço pela Europa.

"Ariane, um sucesso europeu desafiado pelos Estados Unidos" é a manchete de capa do jornal Le Figaro. O diário destaca que a decolagem é a consagração do foguete que colocou a Europa em primeiro lugar no mercado de lançadores de satélites, mas que agora deve encarar a concorrência da americana SpaceX.

Para o jornal, o centésimo lançamento de Ariane 5 é um sucesso técnico e econômico. Amanhã, o foguete levará dois satélites de telecomunicação para o espaço a 36 mil quilômetros da Terra. A missão, segundo Le Figaro, está à altura dos 20 anos de carreira de Ariane 5: foram 205 satélites colocados em órbita no período, sendo 152 dedicados às telecomunicações e 141 por conta de empresas privadas.

Ao longo dessas duas décadas, Ariane 5 se impôs como o campeão do lançamento de satélites de telecomunicações. Além disso, realizou missões emblemáticas, como o reabastecimento da Estação Espacial Internacional, para a sonda Rosetta. Um dos principais motivos desse percurso glorioso, escreve Le Figaro, é a possibilidade de um lançamento duplo: "Ariane é capaz de transportar ao espaço dois satélites por vez" - como será o caso do lançamento de terça-feira - o que agrada os clientes porque divide os gastos pela metade.

Grande expectativa para 2021

A história de sucesso de Ariane 5 terá como sequência dois ambiciosos projetos. No próximo mês, Ariane 5 deve levar à Marte a sonda europeia BepiColombo. Mas, salienta o jornal, o grande momento de glória de Ariane 5 está marcado para 2021. A Nasa confiou ao Centro Espacial de Kourou a missão mais cara da história, o lançamento do telescópio espacial James Webb, que vai substituir o célebre Hubble: "uma joia da tecnologia de cerca de US$ 10 bilhões", destaca Le Figaro.

O jornal lembra, no entanto, que o imenso sucesso comercial de Ariane 5 está ameaçado pela nova estrela do setor, a americana SpaceX, fundada em 2002 por Elon Musk. Desde janeiro, o bilionário assinou nada menos que 13 contratos institucionais nos Estados Unidos. Para fazer frente ao concorrente, a Europa desenvolveu o Ariane 6, que deve entrar em funcionamento em 2020, com a promessa de ser mais ágil, polivalente, menos caro e que já atrai as atenções do setor das telecomunicações.