Jornal americano que elogia Bolsonaro também apoiou Pinochet e Videla, diz Le Monde
O site do jornal francês Le Monde publica duas matérias sobre o Brasil nesta quarta-feira (17).
"O apoio de 'Wall Street Journal' à Bolsonaro se encaixa na tradição do jornal" é a manchete de uma matéria assinada pelo repórter Nicolas Bourcier, setorista de América Latina no Le Monde. O jornalista analisa o editorial publicado pelo Wall Street Journal há alguns dias, garantindo que o candidato do PSL à presidência não é uma ameaça.
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O jornal francês critica o fato de o editorial do Wall Street Journal dizer que "um outsider é exatamente o que o Brasil precisa neste momento", mas não ressaltar, por exemplo, o fato de Bolsonaro defender a ditadura militar, nomear um general aposentado como seu vice, e prometer dar autorização para o exército e a polícia abrirem fogo contra quem considerarem criminoso. Neste texto do diário americano, salienta Le Monde, não há "nada sobre seus excessos repetidos contra as mulheres, os homossexuais e os negros".
Para o jornal francês, o que é estranho é que esse editorial em favor de "um homem forte no Brasil", que Wall Street Journal classifica como "um populista conservador", tem ares de déja-vu. Le Monde lembra que, nos anos 80, o mesmo Wall Street Journal publicou um texto em que apoiava o então ditador chileno Augusto Pinochet. "Uma pesquisa rápida nos arquivos do jornal nos mostra uma atração pronunciada por todo o tipo de político autoritário da direita dura e da extrema direita, sobretudo na América Latina", como o ditador argentino Jorge Rafael Videla e o peruano Alberto Fujimori, escreve Le Monde.
Temer no centro de novo escândalo de corrupção
Em outra do matéria publicada no site do diário francês, a manchete é: "No Brasil, a polícia quer denunciar o presidente Michel Temer por corrupção". Le Monde destaca que a Polícia Federal, após concluir um inquérito sobre propina no setor portuário, pediu para o Ministério Público indiciar Temer e outras dez pessoas, inclusive sua filha, por corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
"O Palácio do Planalto declarou que o chefe de Estado não comentaria essa notícia", publica Le Monde. O jornal lembra que o presidente brasileiro sempre rejeitou as diversas acusações de corrupção que pesam contra ele e que continua escapando das investigações porque se beneficia da imunidade parlamentar conferida a chefes de Estado no Brasil. Mas esse privilégio vale somente até 1° de janeiro de 2019, quando termina o mandato de Temer, finaliza Le Monde.
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