UE libera mais de 50 milhões de euros de ajuda humanitária para a Venezuela
A Comissão Europeia anunciou, nesta quarta-feira (27), uma verba suplementar de € 50 milhões para ajudar os venezuelanos a enfrentar a crise. O bloco já havia liberado mais de € 100 milhões no ano passado. O país sofre com falta de alimentos, êxodo em massa e cortes de eletricidade.
Enquanto os venezuelanos enfrentam uma penúria de alimentos ligada à instabilidade política e econômica, a comunidade internacional tenta se mobilizar. Na véspera de uma nova reunião em Quito sobre a crise humanitária no país latino-americano, os europeus decidiram contribuir financeiramente mais uma vez, como parte dos compromissos no Grupo de Contato Internacional (GCI) sobre a Venezuela.
Segundo o comissário europeu de Ajuda Humanitária, Christos Stylianides, a verba anunciada nesta quarta-feira "será destinada aos centros de acolhimento, à assistência sanitária e alimentar, aos serviços de nutrição e ao acesso à água potável e saneamento".
A União Europeia, que já distribui sua ajuda por meio de organizações locais, considera que a contribuição deve ser "despolitizada" e distribuída de acordo com os princípios de "humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência". O grupo de contato também está estudando a possibilidade de estabelecer um mecanismo internacional para o fornecimento de ajuda humanitária em cooperação com as Nações Unidas.
Apagão continua
Além da falta de alimentos, a revolta e o desespero são cada vez maiores entre os venezuelanos à medida que passam as horas e o apagão que afeta o país desde segunda-feira (25) não tem uma solução. Panelaços e buzinaços foram registrados na madrugada de terça-feira para quarta-feira, com a capital completamente no escuro.
O país de 30 milhões de habitantes voltou a ficar sem luz poucos dias depois da maior falha elétrica de sua história, que começou em 7 de março e durou quase uma semana. Além da capital, o apagão afeta 21 dos 23 estados do país, de acordo com usuários de redes sociais. O governo do presidente Nicolás Maduro não divulga informações precisas sobre o impacto da falta de energia.
Os apagões são frequentes no país com as maiores reservas de petróleo do mundo e o governo atribui sistematicamente os problemas a atos de sabotagem da oposição e dos Estados Unidos. Nicolás Maduro, que nega a existência de uma crise na Venezuela, disse que o novo blackout é culpa de "terroristas" apoiados por Washington e ampliou para esta quarta-feira (27) o feriado nacional.
O líder da oposição, Juan Guaidó, pediu a seus partidários que se manifestam com ele no próximo sábado (30) contra os apagões que afetam a Venezuela. "A luz acabou, não podemos permanecer como atores passivos", declarou o presidente interino autoproclamado durante um comício.
(Com informações da AFP)
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