Com medo de 3ª onda da covid-19, França deve manter 'lockdown flexível'
Os jornais franceses de hoje destacam a polêmica em torno da possibilidade de uma flexibilização precoce do lockdown na França. O governo francês quer evitar cometer os mesmos erros que levaram à segunda onda de contaminações pela covid-19 a adoção de novas medidas restritivas.
O jornal francês "Le Figaro" enfatiza os esforços do governo para conseguir controlar a epidemia e ao mesmo tempo flexibilizar o lockdown. Os dados mais recentes mostram uma queda no número de contaminações e uma desaceleração da transmissão, mas o vírus ainda não foi vencido e é preciso se preparar para uma eventual terceira onda, em janeiro ou fevereiro.
A perspectiva de uma vacina aos poucos se concretiza, mas as medidas de proteção ainda deverão ser adotadas por muito tempo.
O equilíbrio entre a manutenção da segurança sanitária e a manutenção da atividade econômica permeiam as decisões da equipe do presidente Emmanuel Macron. O governo já deixou claro que poderá apenas adotar um "lockdown mais leve".
O jornal francês lembra como Macron tem frisado, durante as reuniões com seus ministros, a importância de "não relaxar" na luta contra a epidemia. O risco, diz o presidente francês, é de "ter feito esforços em vão."
A redução dos números de casos não é o único critério para flexibilizar as medidas restritivas. O ministro da Economia, Bruno Le Maire, está sendo pressionado pelos pequenos lojistas e os donos dos bares e restaurantes, que continuam fechados e são uma das principais fontes de contaminação. A reabertura dos estabelecimentos deve ser analisada a partir de 15 de janeiro de 2021.
Lojistas e setor da alimentação pressionam
Para o jornal "Libération", as lojas não devem abrir no 27 de novembro, data da Black Friday organizada por plataformas digitais. O ministro Le Maire se pergunta se "essa é realmente a data certa para a Black Friday.
E ele mesmo responde que não, pedindo ao setor da distribuição que "examine todas as possibilidades de adiar esta operação, que não faz sentido nas atuais circunstâncias".
O "Libération" destaca também que o primeiro-ministro francês, Jean Castex, se vê diante do desafio de oferecer perspectivas à população sem desencadear um relaxamento geral como o ocorrido no verão, que gerou a perda de controle das contaminações e, como consequência, a segunda onda.
O líder do governo prefere falar em "adaptação do lockdown" a partir de 1º de dezembro se a situação sanitária continuar evoluindo de maneira favorável.
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