Bolívia segue os passos da Argentina e da Venezuela e adere à vacina russa Sputnik V
A Bolívia confirmou nesta quarta-feira (30) a compra de 5,2 milhões de doses da vacina Sputnik V. A encomenda deve ser entregue apenas em março, mas coloca o país na lista dos raros que adotaram a imunização produzida pela Rússia, mas que ainda não foi validada cientificamente. A vizinha Argentina se tornou, na terça-feira (29), a primeira nação da América Latina a aplicar a vacina russa.
"Estamos garantindo 5.200.000 doses para o povo boliviano", afirmou o presidente Luis Arce na sede da presidência, onde assinou o acordo com as autoridades de Moscou. O ato foi transmitido ao vivo na Internet e o chefe de Estado agradeceu ao México e Argentina, "que estão contribuindo e nos ajudando para que conseguíssemos este acordo".
Arce destacou que essas doses são adicionais às que a Bolívia vai obter mediante o dispositivo Covax, lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Aliança para as Vacinas (GAVI). "Teremos muitas outras vacinas e estamos orientando para cobrir 80% de nossa população (de 11,5 milhões de habitantes) ", disse o presidente.
A Bolívia já registrou mais de 9.000 mortes vítimas da Covid-19 e contabiliza pelo menos 156 mil casos da doença. Com a encomenda, o país se torna o terceiro da América do Sul a escolher as vacinas Sputnik V, depois da Argentina e Venezuela. Buenos Aires começou a campanha de imunização com o produto russo e os venezuelanos assinaram um contrato para um carregamento capaz de vacinar 10 milhões de pessoas. "É uma vacina segura", declarou a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodriguez na terça-feira.
Batizado Sputnik V em homenagem ao primeiro satélite lançado pela então URSS, em 1957, a vacina russa foi acolhida com ceticismo pela comunidade internacional. O anúncio de sua descoberta, em agosto, foi considerado prematuro, já que os testes clínicos em massa (fase 3) ainda não haviam sido concluídos e o produto não tinha recebido o aval da comunidade científica.
Mas segundo as autoridades russas, que já aplicam a Sputnik V em sua população, o imunizante tem uma eficácia de 91,4%. O Belarus foi o primeiro país fora da Rússia a aderir ao produto e, como a Argentina, começou sua aplicação na terça-feira. A Hungria também está na lista das nações que pretendem adotar a Sputnik.
No início de dezembro, o governo russo declarou que foi contatado por mais de 50 países interessados em sua vacina.
(Com informações da AFP)
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