Covid-19: cepa indiana é detectada em viajante que passava pela Suíça
Um primeiro caso da variante indiana da Covid-19, responsável pela segunda onda epidêmica no país, foi detectado neste sábado (24) na Suíça, de acordo com as autoridades sanitárias. O país avalia a possibilidade de incluir o país na chamada "lista vermelha" de risco para o coronavírus.
Um primeiro caso da variante indiana da Covid-19, responsável pela segunda onda epidêmica no país, foi detectado neste sábado (24) na Suíça, de acordo com as autoridades sanitárias. O país avalia a possibilidade de incluir o país na chamada "lista vermelha" de risco para o coronavírus.
O anúncio foi feito em um tuíte publicado pelas autoridades sanitárias suíças, que não deram maiores detalhes. A variante foi encontrada em um viajante que pegava uma correspondência em um dos aeroportos do país. A cepa já havia sido detectada no território europeu: na quinta-feira (23), vinte estudantes indianos foram testados positivos para a cepa na Bélgica. O grupo aterrissou no aeroporto Roissy-Charles De Gaulle, em Paris, em 21 de abril.
O sistema sanitário indiano está sobrecarregado pela nova onda de contaminações, atribuídas à nova variante, conhecida pelo nome de B.1.617. Diversos países suspenderam temporariamente as ligações aéreas com a Índia.
Na França, os indianos com autorização para entrar no território são submetidos a quarentenas rígidas no desembarque, assim como os brasileiros. Eles devem ter em mãos um teste negativo, isolar-se durante dez dias e se submeter a um novo teste em seguida. O desrespeito às regras pode gerar multas entre 1000 e 1.500. As saídas são limitadas entre 10h e 12h.
Por precaução, o Reino Unido restringiu aos seus residentes na segunda-feira assentos em voos provenientes do país, depois de confirmar 103 casos da variante em seu território.
Driblando os anticorpos
A variante foi registrada no oeste da Índia em outubro e contém duas mutações potencialmente preocupantes relacionadas à proteína Spike, que permite que o SARS-CoV-2 penetre nas células humanas.
A primeira, E484Q, é parecida com as variantes sul-africana e brasileira, E484K, e pode "driblar" a proteção gerada pelas vacinas e aumentar o risco de reinfecção. A segunda, a L452R, também está presente em uma cepa detectada na Califórnia e pode ser mais transmissível. Estudos já começaram a ser realizados para avaliar a eficácia dos imunizantes contra a nova cepa.
"Em uma ou duas semanas, teremos uma estimativa mais quantitativa da reação da variante à vacina", disse Rakesh Mishra, do Centro de Biologia Celular e Molecular da Índia.
Onda epidêmica pode ter sido gerada por aglomerações
"No momento, não foi estabelecida nenhuma ligação entre o surgimento desta variante e a recente degradação da situação epidemiológica na Índia", destacou a agência de saúde pública francesa em sua última análise sobre o assunto, datada de 8 de abril.
"É possível que esta piora se deva, pelo menos em parte, às grandes aglomerações que ocorreram recentemente em todo o país e à adoção insuficiente de medidas de prevenção entre a população em geral", afirma a Santé Publique France.
Além disso, meses depois de ser detectada, essa variante ainda não é predominante no país, ao contrário da cepa britânica, por exemplo. Mesmo no estado de Maharastra, no centro, onde surgiu, representou apenas entre 15 e 20% das amostras sequenciadas obtidas em março, segundo o Ministério da Saúde, e é ainda mais minoritária no resto da Índia.
(Com informações da AFP)
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