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Peru passa a ter a maior taxa de mortalidade por covid no mundo após nova contagem

Aeroporto de Lima, no Peru; país mudou os critérios de contagem de vítimas da covid-19 - Reuters
Aeroporto de Lima, no Peru; país mudou os critérios de contagem de vítimas da covid-19 Imagem: Reuters

Da RFI*

01/06/2021 07h04Atualizada em 01/06/2021 07h21

O Peru elevou, nesta segunda-feira (31), o balanço oficial de mortos na pandemia de covid-19 para mais de 180 mil. O aumento foi realizado por recomendação de um grupo técnico, anunciou a presidente do Conselho de Ministros do país, Violeta Bermúdez.

A quantidade de óbitos é de 180.764 mortos por Sars-Cov-2, disse Violeta em coletiva de imprensa na segunda-feira (31), depois de receber a recomendação do grupo técnico composto por especialistas peruanos e organizações internacionais. O balanço oficial anterior era de 69.342 mortos até domingo (30).

Com o número anterior, o Peru tinha a 13ª maior taxa de mortalidade na pandemia, com 2.103 mortes por milhão de habitantes. Mas, depois da atualização, o país alcança a maior taxa de mortalidade do mundo, com 5.484 mortes por milhão de habitantes, distante das 3.077 mortes por milhão de habitantes da Hungria, que chega em segundo lugar.

Com 33 milhões de habitantes, o país andino registra mais de 1,9 milhão de infecções desde o início da pandemia. Vários problemas complicam o combate a doença no Peru, como uma grave escassez de oxigênio que enfrentou nos meses anteriores.

Sete novos critérios para registro de óbitos

O grupo técnico é integrado por especialistas de entidades públicas e privadas peruanas e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele revisou os números da pandemia no Peru e propôs modificar os critérios de registro de óbitos após determinar que "a metodologia atual tem duas limitações que geram subnotificação no número de mortes por covid-19".

A partir de agora, o balanço registrará como casos de "morte por covid-19" aqueles que atenderem a sete critérios técnicos estabelecidos, incluindo infecções confirmadas, mas também um "casos prováveis" que "apresentem vínculo epidemiológico com um caso confirmado". Também será considerado como óbito por Sars-Cov-2 "o caso suspeito de covid-19 que apresentar quadro clínico compatível com a doença", afirmou Violeta Bermúdez.

"Graças ao trabalho desta equipe [...] teremos números mais confiáveis e números que serão muito úteis para monitorar a pandemia e tomar as medidas adequadas para enfrentá-la", reiterou.

Vacinação de idosos

Segundo Bermúdez, o relatório elaborado pelo grupo técnico indicou que "a reorientação que fizemos para vacinar os idosos, começando pelos adultos com mais de 80 anos, foi a decisão correta". No entanto, o ministro da Saúde, Óscar Ugarte, disse na mesma coletiva de imprensa que o documento "não tem de impactar no processo de vacinação, [porque] são processos diferentes".

O Peru começou a vacinação em 9 de fevereiro, mas a campanha avançou lentamente, cercada de polêmicas políticas. Até agora, apenas 5% da população adulta foi imunizada.

O país enfrenta uma trágica crise sanitária desde o início da segunda onda de covid-19, em dezembro de 2020, com uma média de quase 13 mil contaminações por dia. Atualmente, os hospitais peruanos acolhem quase 12 mil infectados, depois do pico de 15.547 leitos ocupados no último 20 de abril.

*Com informações da AFP