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OMS pede mais proteção para crianças de 5 a 14 anos, as mais afetadas pela covid-19 na Europa

A direção regional da OMS na Europa recomenda a intensificação dos testes nas escolas e a vacinação de crianças em idade escolar - andreswd/Getty Images/iStockphoto
A direção regional da OMS na Europa recomenda a intensificação dos testes nas escolas e a vacinação de crianças em idade escolar Imagem: andreswd/Getty Images/iStockphoto

Da RFI

07/12/2021 09h45Atualizada em 07/12/2021 10h21

Diante do recrudescimento da pandemia de covid-19 na Europa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um apelo nesta terça-feira (7) por mais proteção das crianças, atualmente a parcela da população mais afetada pela infecção viral nos países europeus. A França confirma esse fenômeno. Entretanto, na avaliação da OMS, a vacinação obrigatória para todos deve permanecer como "último recurso" contra o vírus.

Para evitar o fechamento de salas de aula, devido à presença de alunos contaminados pelo coronavírus, e o retorno da educação à distância, a direção regional da OMS na Europa recomenda a intensificação dos testes nas escolas e a vacinação de crianças em idade escolar.

"O uso de máscaras de proteção e a ventilação das salas, assim como a realização frequente de testes de diagnóstico, devem ser a regra em todas as escolas primárias", disse o diretor regional da OMS, Hans Kluge, em uma entrevista coletiva online. "A vacinação de crianças deve ser discutida e considerada em nível nacional, a fim de proteger as escolas", acrescentou o representante da OMS.

De acordo com a agência da ONU, os casos de Covid-19 têm aumentado em todas as faixas etárias, "com as taxas mais altas observadas, atualmente, entre as crianças de 5 a 14 anos". "Não é incomum hoje ver uma taxa de incidência duas a três vezes maior da Covid-19 em crianças pequenas do que na população total", afirmou Kluge.

Quanto à vacinação obrigatória, decidida ou prevista por alguns países, como Áustria e Alemanha, ela deve continuar a ser o "último recurso absoluto", apenas quando todas as demais opções possíveis para elevar a taxa de vacinação tenham sido esgotadas", acrescentou o diretor regional da OMS.

A organização voltou a demonstrar preocupação com a nova variante ômicron, descoberta em novembro no sul da África. Mas frisa que o objetivo atual continua sendo o de conter a propagação da variante delta, predominante nos países da Europa, a fim de alcançar, amanhã, "uma vitória contra a ômicron". A nova cepa, com mais de trinta mutações na proteína Spike, chave de entrada do vírus nas células, é considerada bem mais contagiosa. Estudos ainda deverão esclarecer se ela é mais perigosa quanto ao desenvolvimento de formas graves da doença.

"A ômicron está em ascensão e existem motivos para estarmos preocupados e cautelosos. Mas o problema, agora, é a delta. O sucesso que tivermos contra a delta, hoje, será uma vitória contra a ômicron amanhã", antes que os casos da nova variante aumentem de forma maciça, concluiu Kluge.

Segundo levantamento do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), 212 casos da ômicron foram confirmados até o meio-dia desta terça-feira nos 27 países integrantes da União Europeia.

França confirma aumento de casos positivos em crianças

O governo francês acaba de reforçar o protocolo sanitário nas escolas, que passou para o nível três de uma escala que vai a quatro. O ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, disse nesta terça-feira que a taxa de incidência da covid-19 nos estabelecimentos escolares franceses está em alta, sem citar números precisos. Ele considerou que não é possível falar em uma "explosão" de infectados. "Explosão é um termo meio forte, mas é certo que o número de testes feitos nas crianças triplicou em relação aos adultos", desde a segunda quinzena de outubro, explicou o ministro.

Os menores de 15 anos representam, atualmente, um quarto dos testes positivos realizados na França. A partir de 15 de dezembro, a vacinação será aberta no país para crianças de 5 a 11 anos que tenham saúde frágil ou sofram de comorbidades. O governo francês estima que 360.000 menores se encaixam nesse protocolo.

Com informações da AFP