Paris abre três novas investigações sobre crimes de guerra contra franceses na Ucrânia
O Ministério Público Antiterrorista da França anunciou, nesta terça-feira (5), que abriu três novas investigações sobre supostos crimes de guerra cometidos contra cidadãos franceses desde o início da invasão russa na Ucrânia.
Os incidentes teriam ocorrido em Mariupol, no sul, entre os dias 25 de fevereiro e 16 de março, em Gostomel, na periferia de Kiev, entre 1° e 12 de março e Tcherniguiv, no norte, a partir de 24 de fevereiro, data do início da guerra na Ucrânia. No entanto, nenhum dado sobre as vítimas foi divulgado.
"Os fatos são suscetíveis de serem qualificados como crimes de guerra por ataques voluntários à integridade física, agressões deliberadas contra civis sem relação com as hostilidades, privações deliberadas de bens indispensáveis à sobrevivência de civis e/ou ataques deliberados contra bens privados, roubos, destruição ou deteriorações", explica o comunicado do Ministério Público Antiterrorista da França (Pnat, sigla em francês).
As investigações serão realizadas pelo Escritório Central de Combate a Crimes contra a Humanidade, Genocídio e Crimes de Guerra, gerenciado pelo Ministério do Interior da França. O serviço é integrado por policiais e agentes especializados na luta de crimes internacionais de ódio e intolerância.
Direito de investigação
O direito internacional permite à França abrir investigações por fatos ocorridos fora do território nacional apenas se a vítima ou o autor do crime forem franceses ou se o agressor residir no país. Esse é o caso do jornalista franco-irlandês Pierre Zakrzewski, que morreu em 14 de março em Horenka, na periferia de Kiev.
Zakrzewski, de 55 anos, era cinegrafista do canal americano Fox News e acompanhava a repórter Oleksandra Kuvshynova, de 24 anos, que morreu ao seu lado. O carro em que estavam foi alvejado pelas tropas russas. Outro jornalista, o britânico Benjamin Hall, foi ferido a balas, mas sobreviveu.
O Ministério Público Antiterrorista da França só pôde abrir a investigação porque Zakrzewski tinha a cidadania francesa. Filho de um polonês com uma francesa, ele cresceu na Irlanda, mas vivia em Londres. Segundo o Pnat, os trabalhos se concentram na acusação de "ataque voluntário contra a vida de uma pessoa protegida pelo direito internacional" e "agressões deliberadas contra civil sem relação com as hostilidades".
(Com informações da AFP)
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